Um terremoto de magnitude 4.4 na escala Richter atingiu nesta segunda-feira, 20, duas cidades na Itália após intensa atividade no supervulcão Campi Flegrei. Maior em 40 anos, o tremor afetou uma área que abrange desde a densamente povoada Pozzuoli até Nápoles. Ao todo, foram registrados 149 abalos sísmicos no país, de acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV).
Segundo a imprensa local, abriram-se rachaduras em prédios e pedaços de alvenaria despencaram em ambas as cidades. Assustados com o abalo, moradores abandonaram suas casas e dormiram em seus carros. Parte das escolas foram fechadas nesta terça-feira, 21. Estima-se que a população da área de maior risco em relação ao vulcão chegue a 360 mil habitantes.
O Campi Flegrei tem 11 quilômetros de altura, sendo maior e mais ativo do que o Vesúvio – aquele que foi responsável pela destruição de Pompéia em 79 d.C. Por lá, a atividade sísmica intensificou nos últimos anos em razão do enfraquecimento da caldeira (topo do vulcão) e o aumento da pressão. Como consequência, a frequência e a força dos terremotos aumentaram em regiões próximas.
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Plano de contingência
Ainda que cause problemas, o gigantesco vulcão permanece inativo há mais de sete décadas — a última erupção significativa está ainda mais distante, registrada em 1538. O motivo reside no fenômeno chamado “bradissismo“, que consiste em ciclos graduais de elevação e rebaixamento do solo.
Em 1983 e 1984, foi registrada uma série de tremores similares aos contabilizados pelo INGV entre esta segunda e terça-feira.
“Existem dois cenários possíveis em relação à evolução da situação no Campi Flegrei: o melhor é que a crise de bradissismo em curso termine como aconteceu em 1983-84; o pior é uma erupção semelhante à de 1538″, alertou Carlo Doglioni, chefe do INGV, à emissora americana CNN em novembro. “Não sabemos como será essa evolução, mas estamos monitorando.”
Para lidar com a instabilidade, o governo da Itália vem elaborado um plano de retirada em massa dos habitantes das cercanias de Campi Flegrei. Mas, em outubro do ano passado, o ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, alertou que a contingência seria acionada apenas em caso de “extrema necessidade”.