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Suécia aprova protesto com queima de ‘Alcorão’ na frente de mesquita

Decisão pode afetar ainda mais as abaladas relações com a Turquia, que está bloqueando o ingresso do país na Otan

Por Da Redação Atualizado em 25 jul 2023, 18h39 - Publicado em 28 jun 2023, 13h17

As autoridades da Suécia aprovaram um protesto envolvendo a queima de um Alcorão do lado de fora de uma mesquita no centro de Estocolmo nesta quarta-feira, 28. A decisão pode afetar a tentativa do país de ingressar na Otan, a principal aliança militar ocidental, antes da cúpula do bloco em julho.

De acordo com a polícia sueca, a manifestação foi aprovada de acordo com o direito à liberdade de expressão, acrescentando que o protesto não representa um risco imediato à segurança. Apenas duas pessoas são esperadas durante o ato, que vai coincidir com o feriado muçulmano de Eid-al-Adha, um dos mais significativos do calendário islâmico.

“Os riscos de segurança e as consequências relacionadas a uma queima do Alcorão não são de tal natureza que, de acordo com a lei atual, possam ser a base para uma decisão de rejeição de um pedido de assembleia geral”, disse a licença policial.

O organizador único do evento, Salwan Momika, só espera a presença do seu tradutor. Momika é do Iraque e vive na Suécia há cinco anos com a cidadania sueca. Ele disse que estava fazendo essa demonstração após três meses de batalhas legais no tribunal.

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“Este livro deveria ser banido do mundo pelo perigo que representa para a democracia, a ética, os valores humanos, os direitos humanos e os direitos das mulheres. Simplesmente não funciona nesta época e idade”, disse Momika.

A permissão foi concedida de acordo com certas condições, incluindo uma proibição de incêndio. A porta-voz da polícia de Estocolmo, Helena Bostrom Thomas, disse que a polícia informou o requerente para descobrir essas restrições, mas acrescentou que “a liberdade de expressão pesa mais do que se ele agir contra as restrições da proibição de incêndio”.

A aprovação do protesto, no entanto, deve provocar reações duras da Turquia, membro da Otan que já obstruiu a candidatura à adesão da Suécia. Os suecos se inscreveram formalmente para ingressar no bloco juntamente com a vizinha Finlândia depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro passado, mas somente Helsinque conseguiu entrar na organização.

No início deste ano, as relações entre Turquia e Suécia sofreram um grande golpe após uma manifestação em frente à embaixada turca em Estocolmo, durante a qual um político anti-imigração incendiou uma cópia do Alcorão. Em respostas, manifestantes turcos queimaram a bandeira sueca na frente da embaixada do país em Ancara.

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Na época, o então ministro das Relações Exteriores da Turquia supostamente culpou o governo sueco, dizendo que ele “participou desse crime ao permitir que esse ato vil” continuasse.

Autoridades da Otan esperam evitar o constrangimento de ver a aliança perder seu próprio objetivo declarado de admitir a Suécia na aliança até sua próxima cúpula oficial na capital da Lituânia, Vilnius, marcada para o dia 11 de julho. O bloco se preocupa com o fato de que o não cumprimento da promessa pode mandar uma mensagem de enfraquecimento para os inimigos da organização.

Na última terça-feira, 27, o ministro das Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billström, disse que o país cumpriu todos os requisitos necessários estabelecidos pela Turquia para ingressar na Otan, incluindo a introdução de uma nova lei de terrorismo.

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“Recentemente entrou em vigor na Suécia uma nova legislação que torna ilegal a participação em uma organização terrorista de qualquer forma que a promova, fortaleça ou apoie. Assim, estamos cumprindo as últimas partes do nosso acordo”, disse Billström.

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