Submersível da OceanGate teve defeito seis dias antes de acidente, diz ex-diretor
Implosão resultou na morte de todas as cinco pessoas a bordo durante expedição ao local onde estão os destroços do Titanic
Como parte de uma série de audiências públicas para esclarecer os detalhes da implosão do submersível Titan, em junho do ano passado, um ex-diretor científico da OceanGate, empresa responsável pela construção, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o veículo sofreu um mau funcionamento seis dias antes do acidente que resultou na morte de todas as cinco pessoas a bordo durante expedição ao local onde estão os destroços do Titanic
De acordo com Steve Ross, um mergulho foi interrompido em 12 de junho, a cerca de 460 milhas do local do Titanic, devido a um problema no tanque de lastro variável, que controla a flutuabilidade do submersível. Isso provocou uma inversão de 45 graus da plataforma, com a parte traseira voltada para cima.
“O piloto bateu na antepara traseira, e o restante dos passageiros caiu; eu acabei ficando de pé na antepara, enquanto um passageiro ficou pendurado de cabeça para baixo”, relatou Ross, ressaltando que, felizmente, ninguém ficou ferido na ocasião.
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A Guarda Costeira dos Estados Unidos deu início na segunda-feira às audiências públicas para esclarecer detalhes da implosão do submersível. O Titan implodiu em 18 de junho de 2023, matando o CEO da empresa, Stockton Rush, e outros quatro a bordo e dando início a um debate mundial sobre o futuro da exploração submarina privada
Durante uma das sessões, especialistas mostraram a última mensagem de texto enviada por tripulantes antes que perdessem contato.
Ao navio de apoio Polar Prince, perguntados se o Titan ainda podia ver o navio na tela de bordo e se estava tudo bem, os tripulantes responderam por mensagem: “tudo bem por aqui”.
A embarcação utilizava o equipamento de internet da Starlink, empresa de Elon Musk, para manter contato com um navio na superfície, mas essa conexão foi perdida alguns minutos após a descida, quando o veículo já estava a uma profundidade de aproximadamente 3.300 metros. Segundo o cofundador da empresa, Guillermo Söhnlein, em caso de perda de contato o veículo deveria retornar a superfície, mas isso não ocorreu.