Os primeiros resultados oficiais das eleições na Alemanha, divulgados nesta segunda-feira, 27, indicam a vitória por uma pequena margem do Partido Social-Democrata (SPD) sobre a União Cristã Democrata (CDU), de Angela Merkel. Os sociais-democratas obtiveram 25,9% dos votos, contra 24,1% dos conservadores.
Esse é o pior resultado da história da CDU, que pela primeira vez em 16 anos concorreu em uma eleição sem Angela Merkel. A chanceler decidiu se aposentar e deve deixar o cargo máximo da política alemã ainda neste ano.
Apesar de ter recebido mais votos, o SPD não conseguiu obter assentos suficientes no Parlamento para formar um governo de maioria, o que significa que a legenda precisará formar uma coalizão com outras forças para conquistar o poder. Os partidos devem iniciar ainda nesta segunda as negociações para construção de um governo.
Chegar a esse acordo pode levar meses e provavelmente envolverá as siglas menores. Tanto o social-democrata Olaf Scholz, quanto o rival conservador, Armin Laschet, declararam disposição para formar uma coalizão governamental.
Os ambientalistas Verdes ficaram em terceiro com 14,8%, seguidos pelo Partido Liberal Democrático (PDL) com 11,5%. Os dois partidos já sinalizaram que estão abertos a discutir a formação de uma aliança tríplice com qualquer um de seus dois maiores rivais para formar um governo.
Nos últimos quatro anos a Alemanha foi governada por uma “grande coalizão” liderada pela CDU com o apoio do SPD. Desta vez, porém, os sociais-democratas argumentam que é hora de uma mudança e buscam uma aliança com os demais partidos da esquerda, sem os conservadores.
Os candidatos
Na Alemanha, os eleitores não votam diretamente nos candidatos à chefia de governo, mas em seus partidos. Mas para efeitos de campanha, as legendas já indicam de antemão quem são seus pretendentes a liderar um eventual governo. Os dois atuais candidatos à sucessor de Merkel são Armin Laschet, da CDU, e Olaf Scholz, do SPD.
Laschet é governador da Renânia do Norte-Vestfália e, apesar do apoio de Merkel durante a campanha, foi prejudicado pela sua falta de carisma, inclinação a cometer gafes e, ainda por cima, pelas críticas à resposta às inundações históricas que arrasaram sua região em julho. Já Scholz é atual ministro das Finanças e vice-chanceler. Ele também enfrenta dificuldades para encantar os eleitores e é acusado de imitar a atual chanceler até nos gestos.