Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Black das Blacks: VEJA com preço absurdo

Sob pressão da China, Taiwan anuncia aumento de US$ 40 bi em gastos com defesa

Presidente William Lai afirma que incremento ao longo de oito anos visa 'defender democracia' ao criar custos e incertezas maiores para possível invasão

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2025, 11h15 - Publicado em 26 nov 2025, 10h25

O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, anunciou nesta quarta-feira, 26, um aumento sem precedentes nos gastos com defesa, no valor de US$ 40 bilhões ao longo dos próximos oito anos. Ele descreveu a medida como um investimento para salvaguardar a democracia da pequena ilha e dissuadir possíveis agressões de Pequim. A China sustenta que Taiwan faz parte de seu território e acusa Lai de separatismo.

Em um artigo publicano no jornal americano The Washington Post nesta quarta, o presidente taiwanês disse que seu governo se comprometeu a “aumentar significativamente” os gastos militares para 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano e, em seguida, elevá-los ainda mais para 5% até 2030.

“Como parte desse esforço, meu governo apresentará um orçamento suplementar de defesa histórico de US$ 40 bilhões, um investimento que reforça nosso compromisso com a defesa da democracia de Taiwan”, escreveu ele.

+ Taiwan distribui manual para preparar população para possível invasão da China

Lai afirmou que o pacote não apenas apoiaria novas e importantes aquisições de armas dos Estados Unidos, mas também expandiria as capacidades assimétricas de Taiwan.

“Nosso objetivo é reforçar a dissuasão, inserindo maiores custos e incertezas na tomada de decisões de Pequim sobre o uso da força”, escreveu ele.

Lai não explicou como Taiwan financiaria o aumento nos gastos com defesa, mas críticos já haviam alertado que o orçamento do bem-estar social e outros serviços poderiam ser prejudicados, visto que a ilha tem um déficit que precisa financiar por empréstimos.

Continua após a publicidade

Ameaça chinesa

Em coletiva de imprensa em Taipei, Lai afirmou que os US$ 40 bilhões adicionais serão acrescentados ao orçamento de defesa até 2033. Ele alertou que Pequim pretende estar pronta para invadir a ilha até 2027, citando exercícios militares amplos realizados pela China continental ao redor do território nos últimos dois anos.

Operações com drones, ataques a cabos submarinos, incursões quase diárias de aviões de guerra e outras operações, disse ele, visam desgastar a soberania de Taiwan e reduzir seu tempo de reação. O presidente também reiterou seu argumento de que Taiwan e a China continental “não são subordinados um ao outro” – declarações que anteriormente levaram Pequim a rotulá-lo de “separatista perigoso” – e disse que o futuro da ilha deve ser decidido exclusivamente por seus 23 milhões de habitantes. O conflito fundamental, argumentou ele, “não é unificação versus independência, mas a recusa em transformar uma Taiwan democrática em uma Taiwan chinesa”.

Lai declarou ainda que Taipei elaborou dois planos de ação para “Salvaguardar a Taiwan Democrática” – um para neutralizar as mensagens e a pressão legal de Pequim internacionalmente, e outro para fortalecer o poderio militar e desenvolver a indústria de defesa.

O Ministro da Defesa, Koo Li-hsiung, que também estava presente na coletiva de imprensa, delineou um amplo programa de modernização centrado no Escudo de Taiwan, também conhecido como T-Dome. Se trata de um sistema de defesa aérea e antimíssil multicamadas, apoiado por ferramentas de decisão auxiliadas por inteligência artificial (IA) .

Continua após a publicidade

Koo afirmou que, além das defesas aéreas e antimísseis, o plano inclui ainda o aprimoramento em termos de mísseis de ataque de precisão de longo alcance, artilharia de precisão, drones de vigilância e ataque, bem como embarcações de superfície não tripuladas. Há também um projeto para expandir a produção e os estoques de munição, elementos como “fogo de desgaste multicamadas” ao longo das praias que poderiam ser invadidas primeiro e sistemas de resposta rápida não tripulados.

Segundo o ministro, os gastos são modestos em comparação com países como Japão, Coreia do Sul e Austrália, e refletem a “posição de linha de frente” taiwanesa contra Pequim.

Apoio dos EUA e rejeição da China

A proposta recebeu apoio imediato de Washington. Raymond Greene, diretor do Instituto Americano em Taiwan – a embaixada de facto – disse que os Estados Unidos acolhem o plano e apoiam o esforço de Taiwan para adquirir rapidamente “capacidades assimétricas essenciais”.

“Taiwan se junta a parceiros de toda a Europa, do Japão à Coreia do Sul, que estão fazendo investimentos críticos em defesa, necessários para dissuadir desafios sem precedentes à paz e à prosperidade globais”, disse ele.

Continua após a publicidade

+ O plano bilionário de Taiwan para evitar abandono de Trump

O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados americana celebrou a iniciativa, afirmando em uma publicação nas redes sociais que se tratava de “um grande passo para a defesa e segurança de Taiwan em toda a região Indo-Pacífica” e descrevendo a ilha como uma parceira “disposta a investir recursos significativos para derrotar adversários regionais”.

Pequim, por sua vez, criticou as declarações com veemência. “A posição da China de se opor a qualquer interação oficial ou militar entre os Estados Unidos e Taiwan permanece consistente”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, na quarta-feira.

Ela acrescentou que o Partido Democrático Progressista de Lai não conseguirá “resistir à reunificação ou buscar a independência por meios militares”.

Pequim considera Taiwan parte da China, a ser reunificada pela força, se necessário. A pressão sobre Taiwan aumentou desde que Lai assumiu o cargo no ano passado.

Continua após a publicidade

A maioria dos países, incluindo seu principal parceiro internacional, os Estados Unidos, não reconhece Taiwan como um Estado independente. No entanto, Washington se opõe a qualquer tentativa de tomar a ilha pela força e está legalmente obrigado a fornecer armas para sua defesa.

“A reconciliação também exige força – sem ela, a reconciliação se torna rendição”, declarou Lai.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.