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Sob comando do próprio Putin, Rússia anuncia testes de forças nucleares

Presidente russo supervisionará no sábado exercícios com mísseis balísticos e de cruzeiro com capacidade nuclear

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 fev 2022, 11h47 - Publicado em 18 fev 2022, 11h46
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  • Em meio à escalada de tensões entre Moscou e o Ocidente, que cita uma iminente invasão à Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, comandará no sábado exercícios com mísseis balísticos e de cruzeiro com capacidade nuclear.

    “Em 19 de fevereiro de 2022, sob a direção do comandante em chefe das Forças Armadas da Rússia, Vladimir Putin, serão realizados exercícios planejados das Forças de Contenção Estratégica, em que serão lançados mísseis balísticos e de cruzeiro”, informou o Ministério da Defesa do país, por meio de comunicado.

    Os exercícios, que segundo o Ministério da Defesa já estavam previstos, teriam objetivo de comprovar o estado de preparação da direção militar, as unidades de lançamento, as tripulações dos navios porta-mísseis, assim como verificar a confiabilidade das armas estratégicas nucleares e convencionais do arsenal russo.

    + Em meio à tensão na Ucrânia, embate entre Putin e Biden sobe de tom

    O anúncio se dá em meio ao acirramento de tensões entre o país e o Ocidente. Enquanto a Rússia afirma ter retirado parte de suas tropas da fronteira com a Ucrânia e da Crimeia, os Estados Unidos e aliados da Otan, principal aliança militar ocidental, dizer estar analisando o movimento contrário, com movimentação de grupos táticos. De acordo com o Ocidente, há cerca de 150.000 soldados em diversas posições em torno de território ucraniano.

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    Foguetes disparados durante exercícios militares perto de Orenburg, Rússia, em dezembro. 16/12/2021 (Russian Defence Ministry Press Service/Divulgação)
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    Além disso, a Inteligência americana vem afirmando há semanas que a Rússia poderia buscar um pretexto, como uma operação com agentes infiltrados, para justificar uma eventual invasão.

    Já antecipando possíveis preocupações e alertas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, em entrevista coletiva, que as manobras não devem preocupar o Ocidente, já que se trata de um treino “bastante regular”. Além disso, garantiu que vários países foram notificados, através de diferentes canais.

    De acordo com o porta-voz, há possibilidade também de o líder de Belarus, Alexandr Lukashenko, atualmente em visita à Rússia, estar presente. Recentemente, exercícios militares conjuntos entre os dois países preocuparam o Ocidente, sobretudo por conta da movimentação de tropas na fronteira com a Ucrânia.

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    Durante as atividades militares conjuntas, encerradas no início desta semana, houve a transferência de cerca de 30.000 soldados, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar e diversos caças para os arredores de Minsk.

    Os treinamentos foram vistos pelos Estados Unidos e pela Otan, principal aliança militar ocidental, como pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. A capital ucraniana, Kiev, fica a cerca de 200 quilômetros da fronteira com Belarus.

    Na quinta-feira, em uma nova escalada retórica, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia indicou que o país se verá obrigado a reagir, por meio de medidas “técnico-militares”, caso não haja disposição dos Estados Unidos de negociar as garantias de segurança exigidas por Moscou na Europa.

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    No texto, a Rússia acusa os EUA de não darem uma resposta construtiva às suas propostas de segurança, subvertendo sua essência e buscando vantagens para Washington e seus aliados. O documento foi entregue ao embaixador dos EUA em Moscou, John Sullivan, que se deslocou hoje à sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

    O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo o presidente Vladimir Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

    A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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