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Síria rejeita acordo entre EUA e Turquia sobre zona de segurança

Pacto evitaria ação militar de Ancara contra a minoria curda na região; Damasco classifica o texto como "agressão à sua soberania"

Por Da Redação
8 ago 2019, 17h17

O governo da Síria anunciou na quarta-feira 7 que rejeita “categoricamente” o acordo entre Estados Unidos e Turquia para criar um corredor de segurança no norte do país, para evitar o avanço militar turco sobre a minoria curda que controla a região.

Turquia e Estados Unidos haviam anunciado antes um acordo para estabelecer um “centro conjunto de operações” para coordenar a criação de uma zona de segurança no norte da Síria, com o objetivo de evitar confrontos entre as forças turcas e as curdas, aliadas dos americanos.

Para o governo turco, a “zona de segurança” no norte da Síria deve servir como corredor humanitário, para permitir o retorno de parte dos mais de 3,6 milhões de refugiados sírios que estão em seu território.

Para o regime de Damasco, que retomou o controle de mais de 60% do território sírio, o acordo turco-americano constitui uma “agressão flagrante contra a soberania e a unidade territorial síria, assim como uma violação dos princípios do Direito Internacional”. Sobretudo, porque os dois lados pretenderiam voltar a mobilizar o Exército na região.

“A Síria rejeita categoricamente o acordo dos dois ocupantes, americano e turco, sobre a criação do que chamam de zona de segurança”, afirmou a agência oficial SANA, ao citar o Ministério sírio das Relações Exteriores. “A Síria pede à comunidade internacional e às Nações Unidas que condenem esta agressão turco-americana, que constitui uma escalada perigosa”, completou a fonte.

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Os curdos são importantes aliados dos Estados Unidos na região. É de responsabilidade do Exército curdo, a Unidade de Proteção Popular (YPG), a retomada de boa parte do território sírio das mãos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Porém, a Turquia vê o YPG como um grupo terrorista e ameaça lançar uma operação militar onde os curdos estão instalados.

Nesta quinta-feira, 8, a Síria acusou os curdos sírios de serem usados como “ferramenta” em um “projeto hostil” de americanos e turcos e pediu que retornem ao “controle nacional”.

Os curdos, minoria étnica marginalizada durante anos na Síria, criaram uma região semiautônoma no norte do país no início do conflito armado em 2011.

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Ancara não vê com bons olhos o projeto de autonomia perto de sua fronteira, pois teme que uma independência curda na Síria estimule movimentos separatistas em seu próprio território.

Desde 2016, o Exército turco executou duas ofensivas no norte da Síria e, no ano passado, assumiu o controle de Afrin, uma das três áreas da região “federal” autoproclamada pelos curdos.

(Com AFP)

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