Serviço de Segurança da Ucrânia diz ter impedido tentativa de golpe
Conspiradores planejavam motim em Kiev, uma distração para tomar o parlamento e destituir lideranças; Não está claro se Rússia estava envolvida
O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) afirmou nesta terça-feira, 2, ter impedido uma suposta conspiração para derrubar o governo do presidente, Volodymyr Zelensky. O golpe “teria ajudado a Rússia”, fazendo involuntariamente exatamente o inimigo quer, segundo o SBU.
A agência oficial de segurança afirmou que quatro suspeitos foram identificados, sendo dois deles detidos. Os conspiradores podem pegar até 10 anos de prisão se forem considerados culpados. O SBU disse ainda que apreendeu armas e munições, bem como celulares, computadores e outros registros “com evidências de ação criminosa”.
Não está claro se os acusados têm alguma ligação com a Rússia, engajada numa em grande escala contra o seu vizinho há quase dois anos e meio.
Por dentro do plano
Numa publicação no aplicativo de mensagens Telegram, a agência oficial de segurança afirmou que os alegados organizadores do golpe planejavam desencadear um motim em Kiev em 30 de junho. O caos serviria como uma distração para tomar o controle do parlamento ucraniano e remover as lideranças militares e políticas do poder.
Segundo a Procuradoria-Geral da Ucrânia, o alegado líder golpista alugou um salão com capacidade para 2 mil pessoas e recrutou militares e guardas armados de empresas privadas para “realizar a tomada” do parlamento. Não está claro se os promotores estão procurando mais suspeitos.
“Para implementar o plano criminoso, o organizador principal envolveu vários cúmplices – representantes de organizações comunitárias de Kiev, Dnipro e outras regiões”, disse o SBU.
Ganhos da Rússia
O alegado esquema em Kiev ocorreu após meses em que a Rússia obteve ganhos, lentos mas constantes, no campo de batalha, explorando a escassez de soldados da Ucrânia e sua dependência em relação ao Ocidente em termos de armas. O momento é de incerteza sobre o futuro dessa ajuda militar, especialmente diante do retorno do ex-presidente americano Donald Trump à casa Branca nas eleições de novembro.
Durante o debate presidencial da semana passada, Trump questionou se os Estados Unidos deveriam continuar a financiar a luta da Ucrânia contra a Rússia.
No sábado 29, as forças russas mataram sete pessoas, incluindo três crianças, num ataque com mísseis à cidade de Vilniansk, no sul da Ucrânia, o que levou o presidente Zelensky a apelar por mais armas de longo alcance.
“Agradeço a todos os parceiros que estão ajudando. E as decisões de que necessitamos devem ser aceleradas. Qualquer atraso nas decisões nesta guerra significa perder vidas humanas”, escreveu ele no Telegram.