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Separatistas põem minas em área com destroços do MH17

Rebeldes pró-Rússia também mantêm posições de tiro perto do local com os restos do avião. Pelo quarto dia seguido, peritos não conseguem trabalhar

Por Da Redação
30 jul 2014, 10h12

Os separatistas pró-Rússia que atuam no leste ucraniano colocaram minas terrestres no local do acidente com o voo MH17, comunicou nesta quarta-feira o Conselho Nacional de Defesa da Ucrânia, reporta a rede americana CNN. Pelo quarto dia consecutivo, as condições inseguras da área impediram os investigadores internacionais de chegar ao local com os destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines, abatido com 298 pessoas a bordo. Especialistas forenses holandeses e policiais militares desarmados decidiram que não era seguro viajar para o local do desastre, disse Lodewijk Hekking, porta-voz do Ministério de Justiça holandês.

De acordo com autoridades ucranianas, os “terroristas” – o termo que eles usam para descrever as milícias pró-Rússia – criaram posições de tiro e colocaram minas na estrada de acesso ao local do acidente. Isso torna “impossível” o trabalho de especialistas internacionais, complementou em nota o Conselho Nacional de Defesa ucraniana. Embora a maioria dos corpos tenha sido recolhida no local do desastre, que matou todos os 298 passageiros e tripulantes, a equipe quer recuperar restos de algumas vítimas e pertences de 195 cidadãos holandeses que estavam a bordo.

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Acesso dificultado – A decisão dos holandeses em não se dirigirem ao local da queda do avião foi tomada independente de outros observadores internacionais, incluindo da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que ainda não se manifestou sobre o assunto. Nas 48 horas após a derrubada do avião, no último dia 17, oficiais da OSCE e investigadores holandeses, malaios e australianos conseguiram trabalhar na área dos destroços, mas, desde então, o acesso dos profissionais vem sendo dificultado.

Autoridades americanas e ucranianas disseram que um sistema de mísseis antiaéreos de fabricação russa foi usado para abater o voo MH17 a partir do território controlado pelos rebeldes. Rússia e os separatistas contestam as alegações e responsabilizam a Ucrânia pelo desastre. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, pediu nesta terça ao presidente ucraniano Petro Poroshenko para ele suspender os combates próximos ao local da queda do avião. Por causa da tensão e violência no leste ucraniano, também nesta terça, os EUA e a União Europeia (UE) anunciaram as mais duras sanções à Rússia desde a época da Guerra Fria. As novas medidas atingem setores da economia russa e impendem, por exemplo, bancos estatais de negociarem com o Ocidente.

Reunião – A cidade de Minks, na Bielorrússia, vai sediar conversações entre Ucrânia, Rússia e a OSCE sobre a crise no leste da Ucrânia, confirmou disse nesta quarta o gabinete do presidente bielo-russo, Alexander Lukashenko. A assessoria do presidente, no entanto, não informou quando as conversas acontecerão. Não havia indicações de que os separatistas pró-Rússia que combatem o Exército da Ucrânia participariam, mas o gabinete de Lukashenko disse que “todas as partes interessadas” foram convidadas.

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Combates – As tropas do governo ucraniano tomaram o controle de Avdeyevka, cidade satélite de Donetsk, principal foco de resistência das milícias separatistas pró-russas no leste da Ucrânia, informou nesta quarta o comando militar, em Kiev. Avdeyevka, que tinha aproximadamente 35.000 habitantes antes do início do conflito armado, se encontra cerca de dez quilômetros ao norte do centro de Donetsk. Segundo o boletim militar ucraniano, as forças governamentais não sofreram baixas durante a última noite.

Ao nordeste de Donetsk, as tropas ucranianas continuam a ofensiva contra Gorlovka, onde cerca de 30 pessoas, entre elas oito crianças, morreram por fogo de artilharia nesta semana. O comando ucraniano reiterou que as forças governamentais não utilizam todo o seu poder de fogo, em particular, não fazem uso de artilharia e da aviação contra núcleos urbanos. “A utilização de armamento pesado simplificaria notavelmente as operações militares para libertar as cidades e aldeias, mas poderia causar vítimas na população civil, o que não pode ser permitido pelo Exército ucraniano”, ressaltou o boletim militar.

A escalada dos combates nos últimos dias fez o número de vítimas disparar entre a população civil das regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk, ambas fronteiriças com a Rússia, onde quase 50.000 refugiados ucranianos pediram asilo e outros 27.000 solicitaram cidadania. Segundo dados divulgados pela ONU no início desta semana, o conflito no leste da Ucrânia já matou 1.129 pessoas e produziu mais de 100.000 refugiados.

(Com agências Reuters e EFE)

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