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Sem convite da Casa Branca, Orbán visita EUA para encontro com Trump

Premiê húngaro lidera uma das 'democracias iliberais' da Europa, tem laços próximos com a Rússia e é desafeto do governo Biden

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h34 - Publicado em 7 mar 2024, 15h28
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  • O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, aterrissará nos Estados Unidos nesta quinta-feira, 7, mas sem convite da Casa Branca. Aliado da Rússia e da China, o líder de uma das democracias “iliberais” da Europa vai participar de um painel com o líder da Heritage Foundation, um think tank conservador, em Washington. Por lá, não participará de nenhuma reunião com representantes do governo de Joe Biden, mas, nesta sexta-feira, viajará à Flórida, onde se encontrará com o ex-presidente Donald Trump.

    Em fevereiro, Orbán confessou que espera que “Biden vá embora e que Trump regresse e tenha mãos livres para fazer a paz [na Ucrânia]” — declaração que não gera espanto, devido às suas críticas ao democrata e ao endosso inflexível à candidatura do republicano, mesmo com uma série de enroscos judiciais. Acredita-se que a reunião desta sexta-feira tratará sobre pontos de interesse do Kremlin, incluindo Kiev no pacote de temáticas.

    + E se ele voltar? Como eventual vitória de Trump pode chacoalhar o mundo

    Em defesa da Rússia

    Para convencer o candidato americano, o premiê húngaro não enfrentará resistência. Ainda no último mês, Trump “encorajou” o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a invadir países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não cumprissem as obrigações financeiras com a principal aliança militar ocidental. A troca de incentivos parece ser mútua. Em setembro do ano passado, o líder russo afirmou que Trump é alvo de “perseguição política”, de forma a mostrar a “podridão do sistema político americano, que não pode fingir que ensina democracia aos outros”.

    Em meio à deterioração das relações Biden-Orbán, a equipe húngara investiu maciçamente no cultivo de relações com parte dos conservadores americanos, tendo contratado consultores para ajudar a melhorar a sua imagem nos últimos anos. O negócio parece ter valido a pena. No ano passado, o primeiro-ministro recebeu americanos no seu gabinete, que viajaram para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) no país.

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    Orbán, há dez anos definido pelo falecido republicano John McCain como “um ditador neofascista”, também mantém laços com o Kremlin, acusando a Otan e a União Europeia (UE) de incentivarem a guerra na Ucrânia. Ele aposta, então, que a mudança de comando nos EUA seja um caminho para a aproximação das relações diplomáticas entre Washington e Bruxelas.

    “No final do ano, o cenário político global parecerá muito diferente do que era no início deste ano e, com a ajuda de Deus, a margem de manobra da Hungria não será reduzida, mas será expandida a tal ponto que não vemos há muito tempo”, discursou Orbán, em janeiro. “Não podemos interferir nas eleições de outros países, mas gostaríamos muito de ver o presidente Donald Trump regressar à Casa Branca e fazer a paz aqui na metade oriental da Europa.”

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