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Secretária do Tesouro dos EUA: proibir aborto será prejudicial à economia

Segundo Janet Yellen, Isso aconteceria porque capacidade das mulheres de equilibrar suas carreiras com a gravidez diminuiria, reduzindo a renda delas

Por Da Redação Atualizado em 10 Maio 2022, 18h55 - Publicado em 10 Maio 2022, 18h51
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  • A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta terça-feira, 10, que proibir o aborto seria “muito prejudicial” para a economia. Isso aconteceria porque a capacidade das mulheres de equilibrar o trabalho e suas carreiras com a gravidez diminuiria, reduzindo a renda delas, ressaltou a economista, alertando que o direito à interrupção da gravidez fez com que muitas mulheres terminasse estudos e tivessem maior participação no mercado de trabalho.

    “Acredito que eliminar o direito das mulheres de tomar decisões sobre quando e se ter filhos teria efeitos muito prejudiciais na economia e atrasaria as mulheres décadas”, disse Yellen em resposta a uma pergunta em uma audiência do Comitê Bancário do Senado.

    + Aborto nos Estados Unidos: marcha a ré à vista

    Segundo a secretária do Tesouro, houve um “impacto favorável no bem-estar e rendimentos das crianças”.

    “Existem muitos estudos de pesquisa que foram feitos ao longo dos anos analisando os impactos econômicos do acesso ou falta dele ao aborto, e deixa claro que negar às mulheres o acesso ao aborto aumenta suas chances de viver na pobreza ou precisar de assistência pública”, acrescentou.

    Quando o senador Tim Scott, que fazia parte da audiência, argumentou que ligar a questão do aborto com a força de trabalho americana era “insensível”, Yellen respondeu que “não era duro, era a verdade”.

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    “Isso significa que as crianças vão crescer na pobreza e piorar”, disse.

    + EUA: Medida sobre aborto coloca em risco casamento gay e outros direitos

    Um documento da Suprema Corte vazado no dia 3 de maio deste ano expôs um plano da Justiça americana de proibir o direito ao aborto nos Estados Unidos, derrubando a decisão Roe vs. Wade, em vigor desde 1973.

    A decisão de 1973 garante às mulheres o direito ao aborto até a 28ª semana de gestação, mas o novo projeto seria similar ao do estado do Mississipi, que em 2018 sancionou uma lei que veta a interrupção da gravidez depois de 15 semanas, incluindo casos de estupro e incesto.

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    O aborto está entre uma série de direitos fundamentais que o tribunal americano reconheceu, pelo menos em parte, como liberdades processuais “substantivas”, incluindo a contracepção, em 1965, o casamento inter-racial, em 1967, e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2015.

    Se a Justiça americana derrubar a decisão Roe vs. Wade, o que pode acontecer já em julho, o aborto se tornaria instantaneamente ilegal em 22 estados. Com isso, esses direitos americanos poderiam estar ameaçados, por terem sido reconhecidos pela Suprema Corte “recentemente”.

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