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Secas e inundações agudas afetam criação de animais e plantações na China

O país enfrenta uma forte onda de calor, que deve aumentar com o El Niño e ameaçar segurança alimentar global

Por Da Redação
2 jun 2023, 11h21

Animais de fazenda e plantações estão sofrendo com clima extremo que afeta a China, levantando preocupações sobre a segurança alimentar na segunda maior economia do mundo. Este ano, temperaturas acima da média devastaram muitas partes do país ainda mais cedo do que em 2022, quando a China viveu sua pior onda de calor e seca em décadas.

Porcos, coelhos e peixes estão morrendo por causa do calor escaldante, e os campos de trigo no centro da China foram inundados pelas chuvas mais fortes em uma década. Enquanto isso, as autoridades estão preocupadas que a seca possa atingir a bacia do rio Yangtze, a principal região de cultivo de arroz da China, nos próximos meses.

Em uma fazenda na província de Jiangsu, no leste do país, centenas de porcos morreram esta semana depois de uma queda repentina de energia. Os ventiladores pararam de funcionar à noite e os animais ficaram sufocados pelo calor fora de época e má circulação de ar.

As temperaturas extremas também mataram um grande número de carpas cultivadas em campos de arroz na região sudoeste de Guangxi. O aumento dos preços das cabeças de coelho, um prato típico de Sichuan, também foi atrelado ao clima.

Além dos animais, plantações estão sendo afetadas. Chuvas intensas inundaram a província de Henan, a maior produtora de trigo do país, onde algumas safras de grãos estragaram após começarem a brotar e mofar. De acordo com o Grupo de Mídias da China, maior empresa estatal de rádio e televisão, a safra arruinada representou 20% da produção de alguns agricultores durante todo o ano.

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Segundo a mídia estatal, esta foi a pior chuva perto da época de colheita em mais de uma década – e mais eventos climáticos extremos são esperados. De maio a setembro, “seca e inundações podem ocorrer simultaneamente”, segundo uma estimativa recente da Agência Meteorológica da China.

As temperaturas no país estão atingindo recordes desde março. A onda de calor piorou nos últimos dias, quando os termômetros de várias cidades nas províncias de Yunnan e Sichuan bateram os 40°C. De acordo com a Agência Meteorológica da China, na última quarta-feira 31, 578 estações meteorológicas em diferentes cidades do país registraram calor fora de época.

“Climas extremas, como secas e inundações, podem atrapalhar a produção de alimentos e trazer mais incertezas ao fornecimento de alimentos e petróleo”, escreveu Sheng Xia, analista-chefe agrícola da Citic Securities, em relatório.

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A ameaça à segurança alimentar pode aumentar ainda mais neste ano por causa do El Niño, fenômeno natural no Oceano Pacífico que gera temperaturas mais quentes do que a média.

A Organização Meteorológica Mundial avaliou que o mundo pode, já neste ano, registrar temperaturas 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, que é o aquecimento máximo estipulado pelo Acordo de Paris, em 2015, para garantir segurança climática no planeta.

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“Para a China, o evento El Niño vai levar facilmente a um aumento da incerteza climática na bacia do rio Yangtze, causando inundações no sul e seca no norte, e verão frio no nordeste”, afirmou Sheng no relatório.

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Nos próximos meses, a precipitação no curso médio do rio Yangtze, que corta a China, pode ser significativamente reduzida segundo estimativa oficial. Isso pode levar a uma seca e afetar as plantações de arroz da região. A bacia do rio Yangtze fornece mais de dois terços do arroz da China.

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