Desde o início do ataque a Israel pelo grupo extremista Hamas, deflagrado no último sábado, muitas famílias entraram em pânico ao perder contato com parentes, que estavam fora de casa na hora da ofensiva. Ninguém sabe se estão vivos ou foram sequestrados pelos inimigos. Segundo a Reuters, o vice-chefe do Hamas, Saleh al-Arouri disse à Al Jazeera que há um número grande de prisioneiros. Desesperados com falta de notícias, um grupo de brasileiros radicados no país entrou em contato com a Confederação Israelita Brasileira (Conib) pedindo apoio. “Até agora todos as pessoas desaparecidas são jovens”, diz o diretor da Confederação Sergio Napchan.
Entre os procurados, está a babá Celeste Fishbein, de 18 anos, que desde o início da manhã de sábado (7) não dá sinal de vida. “Ela trabalhava em uma comunidade rural, próxima à fronteira de Gaza”, segundo o relato da tia dela, Anita Meir. Quase todas as casas de Israel possuem bunker, justamente para que a população possa se proteger em caso de ofensivas aéreas. E foi lá que a família Fishbein ficou trancada durante mais de 20 horas, sem comida, luz e qualquer conforto – e sem saber como estaria Celeste.
Hanini Glazer, de 23 anos, é outro brasileiro desaparecido. Em Israel há cinco anos, ele estava com a namorada Rafaela e um casal de amigos em um festival de música eletrônica, edição do Universo Parallelo no país, quando os ataques começaram. Quando começou o ataque, a festa foi interrompida, e muitos se refugiaram em um bunker. Mas logo foram descobertos pelos terroristas, instalando o pânico, pois eles jogaram granadas dentro do esconderijo. Rafaela conseguiu escapar, mas se perdeu do namorado Hanini, que está sem paradeiro.
No mesmo festival de música eletrônica, onde o pai do DJ Alok, Pedro Petrillo, iria se apresentar, estava Bruna Valeanu. A tia Pet Fontes postou no Twitter a foto da jovem, na esperança de ter algum retorno, o que não aconteceu até o final do fechamento dessa matéria. “Já entramos em contato com o embaixador do Brasil em Israel para ajudar essas pessoas”, diz Cláudio Lottemberg, presidente da Conib. Há brasileiros que querem sair do país. “São casos específicos”, diz Napchan, “de pessoas que tiveram colapso nervoso depois que ficar horas trancadas em bunkers”, e que provavelmente não querem repetir a experiência.