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Rússia volta a atacar Ucrânia em meio à reunião pela paz

Governo Putin lançou 70 mísseis e drones contra o território ucraniano, enquanto ocorria encontro de negociadores de 40 países na Arábia Saudita

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 ago 2023, 11h37 - Publicado em 6 ago 2023, 11h18
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  • Em resposta ao ataque de um drone marítimo ucraniano, carregado com 450kg de explosivos, que atingiu um navio-tanque de combustível russo na região do Mar Negro, na sexta-feira 4, a Rússia lançou setenta ataques contra o território da Ucrânia na madrugada deste domingo 6, utilizando drones e mísseis hipersônicos.

    Os novos bombardeios colocam em xeque as negociações pela paz, realizadas por ministros e negociadores de cerca de quanrenta países, incluindo o Brasil e nações que compõem o G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), em Jidá, na Arábia Saudita. Eles chegaram a celebrar a concordância da preservação da integridade territorial da Ucrânia e a disposição pelo desenvolvimento de grupos de trabalho para avaliar e discutir as negociações e encontrar um caminho para a paz. Mas com os recentes ataques, viram que não será tarefa fácil.

    Os ataques

    Segundo autoridades de Kiev, a defesa aérea da Ucrânia destruiu 30 dos 40 mísseis e os 27 drones lançados pela Rússia nesta madrugada. A ofensiva foi classificada por Volodymyr Zelensky como “um crime de guerra”, já que, de acordo com presidente do país, os ataques foram contra um centro de transfusão de sangue em Kharkiv. Já o governo de Vladimir Putin acusou os ucranianos de atacarem uma universidade russa em Donetsk.

    A Rússia ainda denunciou o ataque ao navio petroleiro como uma escalada na guerra, apontando que o alvo atingido pelos ucranianos era civil, enquanto a Ucrânia afirma que se tratava de um navio que carregava combustível.

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    Brasil: envolvimento da Rússia e acordos humanitários

    Por sugestão do enviado da China, deve acontecer uma terceira reunião após a primeira em Copenhagen, na Dinamarca, em junho, e o encontro em Jidá neste final de semana. A ideia é buscar mais formas de estabelecer pontos para que ocorra uma negociação de paz, o que ainda não foi decidido na última reunião, que teve a participação do ex-ministro das Relações Exteriores e assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Celso Amorim. “O Brasil tem sido claro em sua condenação da violação da integridade territorial da Ucrânia e na defesa de todos os propósitos e princípios da Carta da ONU”, disse ele em discurso, acrescentando que o presidente Lula “frequentemente expressa sua indignação com a continuidade das mortes e da destruição em uma guerra que, em suas palavras, jamais deveria ter ocorrido”.

    Durante o encontro, Amorim defendeu que os interesses legítimos de segurança de ambos os lados sejam considerados em um eventual processo de paz e que o governo de Putin seja envolvido nos debates. “Qualquer negociação deve envolver todas as partes. Embora a Ucrânia seja a maior vítima, se realmente quisermos a paz, temos que envolver Moscou neste processo de alguma forma”, afirmou. Mas assumiu que é fundamental que todos os interessados demonstrem disposição ao diálogo e que as negociações deveriam começar por meio de acordos humanitários como a segurança alimentar, troca de prisioneiros e solução para o caso das crianças desaparecidas. “Eles podem ser vistos como um passo na direção de uma negociação mais ampla que resulte na cessação de hostilidades e, ao fim, na paz”, finalizou.

     

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