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Rússia vai barrar declaração do G20 se for ignorada na cúpula, diz Lavrov

Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, representará o governo de Vladimir Putin na reunião em Nova Deli, na Índia

Por Da Redação
1 set 2023, 14h28

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, informou nesta sexta-feira, 1, que o país pretende bloquear a declaração conjunta da cúpula do G20, caso seus interesses não sejam levados em consideração. A reunião ocorre entre 9 e 10 de setembro, em Nova Deli, capital da Índia, sem a presença do presidente russo, Vladimir Putin.

“Não haverá nenhuma declaração geral em nome de todos os membros se a nossa posição não for refletida”, adiantou o chanceler em discurso aos estudantes do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou.

Parte do ministério há quase 20 anos, Lavrov representará o governo da Rússia no encontro do G20, bloco composto pelas maiores economias do mundo, sob a justificativa de que a agenda do presidente russo estaria “lotada”.

Não há registros de viagens internacionais de Putin desde a emissão da ordem de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em março por crimes de guerra contra a Ucrânia. Ele também não esteve presente fisicamente na reunião do Brics, na semana passada, na África do Sul, participando apenas por videochamada.

Em julho, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou que o líder russo não iria ao encontro. Ramaphosa chegou a fazer um pedido ao TPI para que o país, signatário do estatuto da corte em Haia, fosse liberado de cumprir a ordem, sob forte pressão doméstica de opositores para executar o mandado caso Putin comparecesse. A decisão do Kremlin encerrou o impasse.

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+ Putin comunica que não participará da cúpula do G20 na Índia

Caso a Rússia decline a declaração conjunta, os países membros e a União Europeia (que participa como bloco) poderão realizar comunicados individuais ou parciais através da presidência G20, atualmente ocupada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É a primeira vez que o Brasil assume a liderança do grupo.

“Outra opção é adotar um documento que se concentre em decisões específicas na esfera das competências do G20, e deixar que cada um diga o resto em seu próprio nome”, disse Lavrov.

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A Rússia ainda chama o conflito de “operação militar especial”, que teria como objetivo o suposto fim do genocídio russo, a “desnazificação” e “desmilitarização” ucraniana, bem como reter o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em países próximos ao seu território. Segundo o Kremlin, o Ocidente teria planos de controlar os recursos naturais russos.

+ Drone ucraniano atacou cidade russa perto de usina nuclear, diz Moscou

As acusações são veementemente negadas por nações ocidentais, majoritariamente aliadas da Ucrânia. Entre elas, por exemplo, estão Alemanha, Estados Unidos, Polônia e Reino Unido, que enviaram armas, munições e verba para o exército de Kiev.

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O Brasil, no entanto, adere a uma posição de certa neutralidade para “construir a possibilidade do fim da guerra”, de acordo com Lula. Índia e China, por sua vez, mantêm negociações com Moscou. O presidente chinês, Xi Jinping, acusa o Ocidente de instigar o conflito através da ajuda militar.

Lavrov afirmou, ainda, que parte dos países do G20 tenta “impor” suas próprias agendas ao coletivo, e que teriam levantado questões relacionadas à Ucrânia em reuniões prévias à cúpula. Por isso, o chanceler acusa as nações ocidentais de terem “encerrado” o assunto, sem possibilidade de diálogo.

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