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Rússia sofre “perdas colossais” no leste da Ucrânia, afirma Kiev

Conselheiro presidencial da Ucrânia reconheceu perdas na região de Donbas, mas afirma que há mais baixas entre o efetivo russo

Por Da Redação Atualizado em 29 abr 2022, 20h08 - Publicado em 29 abr 2022, 18h06

Nas últimas semanas, o Exército da Rússia está realizando ofensivas significativas no leste da Ucrânia, com intuito de ter “controle total” sobre o território. Depois de não conseguirem tomar a capital, Kiev, forças russas avançaram na direção da região de Donbas, onde diversos vilarejos foram tomados. Mas, de acordo com o conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, as tropas invasoras também sofreram com a operação.

“Temos perdas sérias, mas as perdas dos russos são muito, muito maiores… Eles têm perdas colossais”, disse o conselheiro.

Autoridades ocidentais disseram nesta sexta-feira, 29, que a Rússia está sofrendo menos baixas depois de diminuir a escala de sua invasão, mas os números ainda são “muito altos”. Segundo um oficial da Defesa dos Estados Unidos, a Rússia está dias atrasada em suas operações militares no leste, e o impasse na região de Donbas será uma potencial “luta de facas”.

“Elas (forças ucranianas) estão tendo algumas perdas, mas certamente não no tipo de escala que as forças russas estão tomando. Essas perdas nas forças russas avaliamos como tendo um impacto significativo na vontade de lutar das forças russas mais amplas, mas as perdas ucranianas não estão afetando o moral das forças ucranianas”, afirmou o oficial americano.

Na última quarta-feira, 27, o Ministério da Defesa russo afirmou que as tropas de Moscou expulsaram o Exército ucraniano de vilas na região nordeste de Kharkiv, e ganharam controle sobre Zarichne e Novotoshkivske, em Donetsk.

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O ofensiva para controle tanto sobre o sul da Ucrânia quanto sobre Donbas, onde se concentram os separatistas pró-Rússia, tem objetivo de criar um corredor terrestre conectando a Rússia à Crimeia, península anexada por Moscou em 2014, e daria às forças russas acesso à Transnístria, um estado separatista na Moldávia, onde um contingente de forças russas está alocado desde o início dos anos 1990.

De acordo com o governador de Donbas, Pavlo Kyrylenko, as forças russas “continuam a disparar deliberadamente contra civis e a destruir infraestruturas críticas”.

A declaração segue uma série de acusações sobre possíveis crimes de guerra. Nesta semana, autoridades ucranianas denunciaram a existência de um suposto campo de concentração em Kharkiv, nordeste do país, de acordo com o veículo de comunicação ucraniano, Kyev Independent.

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A cidade é dominada por forças russas, que estariam torturando moradores e os obrigando a cooperar com as tropas em um campo de concentração montado em uma fábrica.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, há evidências crescentes de crimes de guerra cometidos por tropas russas.

“As forças armadas russas bombardearam e atiraram indiscriminadamente contra áreas povoadas, matando civis e destruindo hospitais, escolas e outras infraestruturas não militares, ações que podem equivaler a crimes de guerra”, afirmou em comunicado o escritório comandado por Michelle Bachelet.

O escritório de direitos humanos das Nações Unidas disse que, desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, até o dia 20 de abril, houve 5.264 vítimas civis – 2.345 foram mortos e 2.919 ficaram feridos. Entre as vítimas, 92,3% foram registradas em território controlado pelo governo e 7,7% nas regiões de Donetsk e Luhansk, controladas pelas forças armadas russas e grupos afiliados.

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