O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 14, que a Rússia irá redirecionar suas exportações para nações ao sul e ao leste – especialmente a China. A declaração vem em resposta às sanções de países ocidentais que, por conta da guerra na Ucrânia, decidiram reduzir exportações petróleo e gás russos.
Em reunião com empresas e autoridades de energia, Putin enfatizou que as tentativas da União Europeia e Estados Unidos de substituir os recursos energéticos russos terão “consequências dolorosas” para toda a economia mundial. O líder do Kremlin alertou que não existe alternativa razoável à energia da Rússia para os mercados ocidentais.
“Uma alternativa razoável para a Europa simplesmente não existe. Simplesmente não há oferta no mercado global agora, e suprimentos de outros países como os Estados Unidos serão mais caros aos consumidores. Isso afetará o padrão de vida das pessoas e a competitividade da economia europeia”, afirmou Putin.
Após apontar a dependência do Ocidente em relação ao gás e petróleo russos, o presidente afirmou que é hora do país reorientar suas exportações para “mercados de rápido crescimento do sul e do leste” consolidando, segundo ele, a tendência dos últimos anos.
No final de março, Putin deu um ultimato às nações “hostis” para pagar por sua energia em rublos a partir de 1º de abril. Caso não o fizessem, correriam o risco corte de suprimentos vitais. Alemanha, França e outros governos da União Europeia recusaram e não foram imediatamente cortados.
Como medida para punir e pressionar a Rússia pelo fim da guerra na Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos impuseram severas sanções econômicas à Moscou. Uma delas é a promessa dos países europeus de reduzir as importações de gás russo em 66% este ano e romper totalmente sua dependência da energia russa até 2027.
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Mas uma proibição do gás russo no curto prazo causaria estragos na Alemanha, que dependia da Rússia para cerca de 46% de seu gás natural em 2020, segundo a Agência Internacional de Energia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse recentemente que está fazendo o possível para se livrar da dependência da energia russa, mas se recusou a confirmar que deixaria de importar o gás da Rússia até meados de 2024.