Rússia implanta novo míssil nuclear em base ao sul de Moscou
Armamento foi desenvolvido na década de 2000 e consegue perfurar escudos antimísseis usados pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais
A Rússia implantou um novo míssil balístico intercontinental Yars na base de Kozelsk, na região de Kaluga, a sudoeste de Moscou, de acordo com informações do Ministério da Defesa nesta quarta-feira, 22. O armamento foi desenvolvido na década de 2000 e tem capacidade de transportar múltiplas ogivas termonucleares, podendo também perfurar escudos antimísseis usados pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.
De acordo com a agências de notícias RIA, o regimento de Kozelsk, onde o novo míssil foi carregado em um silo, foi o primeiro das Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia a começar a atualizar seu armamento. Anteriormente, os mísseis foram implantados em outros regimentos apenas em versão móvel.
A medida ocorreu horas depois que o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, falar que o país estava prestando “atenção especial ao acúmulo de forças nucleares estratégicas navais”. Numa reunião com chefes militares da Rússia, o ministro acrescentou que a porcentagem de navios modernos nas forças nucleares navais atingiu 100% depois de três submarinos com mísseis balísticos movidos a energia nuclear terem entrado ao serviço da Marinha.
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Sobre a guerra travada desde fevereiro do ano passado, Shoigu declarou que a Ucrânia não tinha chance de recuperar áreas na margem esquerda do rio Dnipro que estão sob domínio russo.
“Todas as tentativas das forças armadas da Ucrânia de conduzir uma operação anfíbia na direção de Kherson foram infrutíferas. Graças às ações proativas e profissionais de nossos militares, unidades dos fuzileiros navais e forças de operações especiais das tropas ucranianas estão sofrendo enormes perdas”, afirmou o ministro.
Na semana passada, as forças russas também carregaram um míssil balístico intercontinental equipado com o veículo hipersônico Avangard, com capacidade nuclear, em um silo de lançamento no sul do país. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o veículo foi produzido em resposta a uma nova geração de armas dos EUA.
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Há relatos de que Moscou planeja testar o maior míssil balístico do mundo, chamado Satan 2, sobre o Polo Sul. O míssil pode viajar a uma velocidade de 25.000 quilômetros por hora e é tão grande quanto uma torre de 14 andares.
A mais recente manobra da Rússia com relação ao seu armamento nuclear ocorre semanas depois de ter revogado formalmente a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT), que restringe a utilização de armas convencionais. O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que o CTBT não atendia aos interesses da Rússia na medida em que a Otan começou a se expandir.