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Rússia diz que será obrigada a reagir se EUA não quiserem negociar

Em documento entregue ao embaixador americano em Moscou, governo russo diz que responderá com medidas "técnico-militares"

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 fev 2022, 11h36 - Publicado em 17 fev 2022, 16h53
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  • O Ministério das Relações Exteriores da Rússia indicou nesta quinta-feira, 17, que o país se verá obrigado a reagir, por meio de medidas “técnico-militares”, caso não haja disposição dos Estados Unidos de negociar as garantias de segurança exigidas por Moscou na Europa.

    “No caso de ausência de disposição da parte americana de negociar garantias firmes e legalmente vinculantes para assegurar nossa segurança (…) a Rússia se verá obrigada a reagir, também mediante a adoção de medidas de natureza técnico-militar”, informou o ministério russo, três semanas após a rejeição americana ao pacote de exigências russas

    O alerta acontece em meio ao acirramento de tensões entre o país. Enquanto a Rússia afirma ter retirado parte de suas tropas da fronteira com a Ucrânia e da Crimeia, os Estados Unidos e aliados da Otan, principal aliança militar ocidental, dizer estar analisando o movimento contrário, com movimentação de grupos táticos. De acordo com o Ocidente, há cerca de 150.000 soldados em diversas posições em torno de território ucraniano.

    No texto, a Rússia acusa os EUA de não darem uma resposta construtiva às suas propostas de segurança, subvertendo sua essência e buscando vantagens para Washington e seus aliados. O documento foi entregue ao embaixador dos EUA em Moscou, John Sullivan, que se deslocou hoje à sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

    O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo o presidente Vladimir Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

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    A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

    “Declaramos que a parte americana não deu uma resposta construtiva aos elementos básicos do projeto de tratado com os Estados Unidos elaborado pelo lado russo sobre garantias de segurança”, diz o texto da carta.

    Moscou admite estar disposta a iniciar um diálogo sobre controle de armas e redução de riscos militares, mas enfatiza que prefere encontrar uma “solução integral” para as questões de segurança que levanta.

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    “Mais uma vez, chamamos a atenção da parte americana para o fato de que a Rússia, nos documentos sobre garantias de segurança que apresentou, se propôs a seguir o caminho de uma solução integral de longo prazo para a situação inaceitável que está se desenvolvendo no espaço euro-atlântico”, ressalta a carta.

    Para remediar esta situação, a Rússia propõe a criação de uma base estável para a arquitetura de segurança na forma de um acordo com a Otan no qual constate sua recusa em tomar outras medidas que prejudiquem a segurança da Rússia.

    Isso continua sendo uma prioridade para a Rússia, salienta Moscou na carta aos EUA, na qual reitera que não tem planos de invadir a Ucrânia e “nunca teve”.

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