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Rússia diz não saber o que houve com ex-espião envenenado

O agente duplo Sergei Skripal foi internado em estado crítico no Reino Unido após ser exposto a uma “substância desconhecida”

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h26 - Publicado em 6 mar 2018, 09h41

A Rússia afirmou nesta terça-feira não saber o que pode ter acontecido ao ex-espião encontrado inconsciente em Salisbury, na Inglaterra, após possivelmente ter sido exposto a uma substância ainda desconhecida. Por meio de seu porta-voz, o Kremlin anunciou que está disposto a ajudar o Reino Unido a investigar o incidente.

Sergei Skripal, de 66 anos, foi encontrado desacordado e sem sinais de ferimento em um banco localizado em uma área residencial de Salisbury no domingo. Uma mulher de 33 anos, identificada hoje como sua filha Yulia Skripal também foi encontrada nas mesmas condições. Os dois seguem internados em estado grave.

Skripal era militar da inteligência russa que, em 2006, foi condenado a 13 anos de prisão por espionar para os ingleses. Ele foi acusado de identificar outros agentes da inteligência russa disfarçados no Reino Unido para o serviço de inteligência britânico, atitude considerada traição por Moscou e que lhe rendeu a perda de todos os títulos militares.

“Nós vemos que aconteceu algo trágico, mas não temos informações sobre qual pode ser a causa, o que essa pessoa estava envolvida ou com o que isso pode estar relacionado”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

A polícia britânica está investigando se pode ter acontecido um envenenamento criminoso e qual poderia ser a substância utilizada. Peskov afirmou que a Rússia está disposta a ajudar nas investigações, embora não tenha recebido um pedido de ajuda. “Sempre estamos abertos para cooperar”.

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Quando questionado sobre a especulação da mídia britânica de que a Rússia teria envenenado Skripal, Peskov respondeu: “Não demorou muito”.

Segundo a BBC, dois policiais que estão cuidando do caso precisaram ser tratados por “sintomas menores”.

O ocorrido tem gerado comparações com o caso de Alexander Litvinenko, um militar russo que deserdou para o Reino Unido e em 2006 morreu envenenado. Litvinenko era um forte opositor de Vladimir Putin, considerado o principal suspeito por ter mandado envenenar o militar.

O ex-espião e atual deputado russo, Andrey Lugovoy, que também é acusado pela morte de Litvinenko, chamou o episódio desta semana de “boletim de propaganda” e acrescentou que Skripal “não representava uma ameaça para a Rússia”.

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