Rússia bombardeia hospital e maternidade na Ucrânia, matando recém-nascido
Míssil que atingiu clínica na região de Zaporizhzhia também feriu a mãe da criança e um médico, além de destruir casas nas proximidades
Ataques da Rússia à região de Zaporizhzhia, na Ucrânia, atingiram um hospital de maternidade nesta quarta-feira, 23, e um bebê recém-nascido foi morto, de acordo com autoridades ucranianas.
Oleksandr Starukh, chefe da administração militar regional de Zaporizhzhia, disse no Telegram nesta quarta-feira que as forças russas “lançaram enormes mísseis contra uma pequena maternidade no hospital de Vilnyansk”, que fica na cidade de mesmo nome.
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“Nossos corações estão cheios de dor, pois um bebê recém-nascido foi morto”, disse ele. Starukh afirmou que as equipes de resgate foram imediatamente direcionadas ao local do ataque e conseguiu resgatar a mãe da criança dos escombros do hospital.
Vilnyansk é uma cidade controlada pela Ucrânia. Partes da região mais ampla de Zaporizhzhia ainda são ocupadas pela Rússia, que a reivindica como território russo com supostas anexações, violando o direito internacional.
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Os Serviços Estatais de Emergência da Ucrânia disseram que a mulher tinha acabado de dar à luz, segundo a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, o bebê tinha apenas dois dias de idade. Um médico também foi resgatado, disseram as autoridades.
“Os crimes da Federação Russa são insanos“, disse Zelenska em postagem no Twitter. “Dor horrível. Nunca esqueceremos e nunca perdoaremos.”
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou o ataque desta quarta-feira. “O Estado terrorista continua lutando contra civis”, disse, referindo-se à Rússia.
“O inimigo decidiu mais uma vez tentar alcançar com terror e assassinato o que não conseguiu por nove meses e não poderá alcançar. Em vez disso, ele só será responsabilizado por todo o mal que trouxe ao nosso país”.
Segundo a promotoria da Ucrânia, o hospital foi atingido por um míssil S-300. Além de ter matado o bebê e ferido a mãe e o médico, a explosão também afetou residências ao redor da clínica. De acordo com comunicado enviado pelo Telegram, a promotoria já iniciou uma investigação pré-julgamento por violação das leis e costumes de guerra, combinada com assassinato premeditado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que houve cerca de 703 ataques a instalações de saúde na Ucrânia desde fevereiro, em meio a ataques contínuos do Kremlin contra infraestruturas civis importantes. Atualmente, um em cada cinco ucranianos tem dificuldade de acessar remédios. A situação piora em regiões ucranianas ocupadas pela Rússia, onde a parcela sobe para uma em cada três pessoas.