Rússia acusa EUA de estarem por atrás de suposto ataque ao Kremlin
Sem apresentar provas para corroborar a afirmação, porta-voz disse que Ucrânia agiu sob ordens de Washington
A Rússia acusou os Estados Unidos nesta quinta-feira, 4, de estarem por trás de um ataque de drones ao Kremlin com o objetivo de matar o presidente Vladimir Putin, na quarta-feira. Sem apresentar provas para corroborar a afirmação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Ucrânia foi responsável pelo ataque e agiu sob ordens de Washington na madrugada de quarta-feira.
Em resposta, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que Peskov estava “apenas mentindo” e disse que os EUA não apoiariam ou encorajariam um ataque ucraniano fora de suas fronteiras. Ele acrescentou que ainda não está claro o que aconteceu no Kremlin.
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A Ucrânia também negou envolvimento no incidente, que seguiu uma série de explosões na semana passada contra trens de carga e depósitos de petróleo no oeste da Rússia e na Crimeia ocupada.
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Peskov questionou as tentativas de negar o envolvimento de Washington e Kiev. Ele afirmou que uma investigação está em andamento e qualquer resposta vai ser cuidadosamente considerada e equilibrada. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também chegou a declarar que o suposto ataque de drone “não deve ficar sem resposta” e que o incidente mostra que Kiev não deseja encerrar a guerra de 15 meses na mesa de negociações.
“As tentativas de negar isso (ataque ao Kremlin), tanto em Kiev quanto em Washington, são, é claro, absolutamente ridículas. Sabemos muito bem que as decisões sobre tais ações, sobre esses ataques terroristas, não são tomadas em Kiev, mas em Washington”, disse Peskov.
Moscou tem afirmado cada vez mais que países ocidentais, como EUA e Alemanha, são atores diretos na guerra com a intenção de infligir uma “derrota estratégica” para a Rússia. Washington nega e afirma que só esta ajudando Kiev a se defender e recuperar as suas terras tomadas ilegalmente depois da invasão em fevereiro de 2022.
Na terça-feira, 2, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que armas fornecidas pela Alemanha já estão sendo usadas na região de Donbas, que a Rússia declara como parte do seu território, uma reivindicação questionada pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.
Enquanto isso, os ataques russos a cidades ucranianas não param. A Rússia disparou duas dúzias de drones de combate contra a Ucrânia, atingindo Kiev pela terceira vez em quatro dias e também um campus universitário na cidade de Odesa, no Mar Negro. Não houve relatos de vítimas e a administração da cidade de Kiev disse que a Rússia provavelmente disparou mísseis balísticos, bem como drones, mas que todos foram abatidos.
O Ministério de Energia da Ucrânia também afirmou que bombardeios em Donetsk danificaram uma usina elétrica, mas nenhuma vítima foi relatada. Já em Kherson, o número de mortos subiu para 23 na última quarta-feira, de acordo com o governador regional Oleksandr Prokudin.