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Roberto Azevêdo renuncia como diretor-geral da OMC

Recusa dos EUA à nomeação de novos membros para o Órgão de Apelação imobiliza organização e precipita a saída do embaixador

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 14 Maio 2020, 14h08 - Publicado em 14 Maio 2020, 11h38

O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo deve renunciar nesta quinta-feira, 14, a seu segundo mandato como diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC). Seus esforços para manter a plena atividade da organização foram minados sucessivos golpes dos Estados Unidos – a guerra comercial com a China e, especialmente, o bloqueio americano à designação de novos juízes para o Órgão de Apelação, que paralizou o julgamento de controvérsias comerciais.

A decisão aprofunda a crise na OMC. Azevêdo ainda teria mais um ano na posição, mas se via de mãos atadas para liderar o bom funcionamento das regras internacionais do comércio em um momento de ameaças protecionistas, exacerbadas agora pelas políticas de combate aos impactos econômicos da Covid-19. Deverá continuar no cargo até 31 de agosto, para finalizar tarefas em curso. Em seu discurso, porém, não mencionou os Estados Unidos.

“Roberto sacrifica um ano de mandato para permitir que os membros da OMC tratem de responsavelmente resolver impasses e trabalhar pelo fortalecimento do sistema multilateral de comércio”, afirmou o embaixador José Alfredo Graça Lima, um dos maiores especialistas brasileiros em comércio internacional e antigo mentor de Azevêdo.

Embaixador da carreira diplomática brasileira, Azevêdo foi responsável no Itamaraty pela área econômica, que envolvia as negociações comerciais, e também embaixador do Brasil ante a OMC. Sua candidatura ao posto de diretor-geral teve o apoio do governo brasileiro, em 2013, assim como sua reeleição, em 2017. Diante da impossibilidade de retomar as negociações multilaterais da Rodada Doha, o diplomata apostou em acordos de facilitação de comércio e em uma postura pragmática e transparente para a organização.

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A OMC, entretanto, se via congelada desde a ruína da Rodada Doha e a crise financeira internacional, na década passada, limitando-se ao papel de instância máxima de julgamentos de controvérsias. Até mesmo essa atribuição foi comprometida quando os Estados Unidos vetaram a designação das duas vagas abertas no Órgão de Apelação. Nos últimos dois anos, Azevêdo evitou entrar em choque com Washington. Ainda assim, sua habilidade diplomática amplamente reconhecida não foi suficiente para demover o governo de Donald Trump.

 

 

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