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Resolver questão da fome depende do fim das guerras, diz premiê britânico

Keir Starmer comemora lançamento da aliança global de Lula para combater fome no G20, mas ressalta urgência de parar conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 nov 2024, 15h31 - Publicado em 18 nov 2024, 14h01
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  • O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, usou seu discurso no primeiro dia da cúpula do G20, nesta segunda-feira, 18, para comemorar o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um projeto proposto por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua presidência rotativa do G20. No entanto, ele ressaltou que resolver a questão da fome passa por colocar um fim nas guerras na Ucrânia e em Gaza, que afetaram a segurança alimentar não apenas das populações locais, mas também do mundo.

    + Argentina volta atrás e entra na Aliança Global contra a Fome

    “Quero construir as parcerias de que precisamos para apoiar o progresso, e isso inclui a luta contra a fome e a pobreza. Quero agradecer ao presidente Lula por colocar isso na agenda”, disse Starmer, do Partido Trabalhista britânico, de centro-esquerda.

    O líder do Reino Unido afirmou, porém, que “a fome é causada pelo homem” e que “o maior passo na luta contra a fome hoje viria da resolução de conflitos”.

    “Pedimos novamente um cessar-fogo imediato em Gaza, para que os reféns sejam libertados. Estamos profundamente preocupados com a situação dos civis palestinos, enfrentando fome e inanição catastróficas — particularmente no norte de Gaza. Ao se defender, Israel deve agir em conformidade com o direito internacional humanitário e fazer muito mais para proteger civis e trabalhadores humanitários”, cobrou Starmer.

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    Ao criticar a guerra “ilegal” da Rússia na Ucrânia, ele afirmou que as forças russas “infligiram danos ao mundo todo, incluindo à segurança alimentar e energética”.

    + Lula critica guerras e cita desastres e fome ao abrir o G20: ‘Mundo está pior’

    Áreas de interesse comum

    Eleito em julho, quando superou o rival Partido Conservador após 14 anos da centro-direita no poder, Starmer afirmou que admira o Brasil “não só pelo futebol”, mas principalmente pelo “comprometimento com os trabalhadores”.

    “Mais do que apenas o direito deles de serem livres da exploração, mas o direito deles de serem elevados, de aproveitar maiores oportunidades e de aproveitar a vida”, declarou no discurso. “Nós compartilhamos essa paixão”, completou, com aceno ao presidente Lula.

    Esta é a primeira visita de um primeiro-ministro britânico ao Brasil em doze anos. Segundo a embaixada do Reino Unido em Brasília, o objetivo da viagem é fazer avançar áreas de interesse comum, como o combate às mudanças climáticas, a necessidade de uma transição global para economias mais verdes e a proteção dos direitos dos trabalhadores. Também está em pauta o fortalecimento da relação comercial: as trocas bilaterais entre o Reino Unido e o Brasil atingiram 11,2 bilhões de libras (mais de 80 bilhões de reais) no ano passado.

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