Republicanos pedem renúncia de George Santos após mentiras
Alto escalão em Washington, no entanto, segue em silêncio sobre investigações contra filho de brasileiros
Diversos republicanos de Long Island, como o deputado Anthony D’Esposito, pediram nesta quarta-feira, 11, a renúncia do deputado republicano George Santos, que está sob sombras de investigações sobre suas finanças, gastos de campanha, invenções sobre seu currículo, além de ter um processo em andamento no Rio de Janeiro, no qual é acusado de estelionato.
O pedido veio um dia depois que dois parlamentares democratas apresentaram queixa oficial para o Comitê de Ética da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos pedindo uma investigação contra Santos. As informações vieram à tona depois que o New York Times escreveu uma reportagem que denunciava as incoerências encontradas no currículo do republicano.
Desde o mês passado, o presidente da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, está em silêncio sobre a situação de seu companheiro de partido. Porém, nesta terça-feira, o deputado Steve Scalise, da Louisiana, líder da maioria republicana, afirmou que o partido trataria internamente das questões do papel de Santos no Congresso.
Já o atual chefe do Partido Republicano no condado de Nassau, Joseph G. Cairo Jr, afirmou que o primeiro republicano abertamente gay e filho de imigrantes brasileiros perdeu a confiança de seus apoiadores no distrito. Segundo ele, a campanha de Santos foi baseada em mentiras.
Depois que republicano admitiu ter colocado informações falsas em seu currículo para o The New York Post, Cairo afirmou estar “profundamente desapontado”. Segundo Santos, as mentiras foram contadas no intuito de “embelezar” seu passado. Durante a campanha, ele afirmou ter trabalhado no Citigroup e no Goldman Sachs.
Cairo e D’Esposito, que representa um distrito ao Sul do que elegeu Santos, se juntaram por vídeo de Washington. “Ele desgraçou a Câmara dos Deputados e não o consideramos um de nossos congressistas”, disse Cairo. “Hoje em nome do comitê republicano do condado de Nassau. Estou pedindo sua renúncia imediata”, acrescentou.
Para D’Esposito, Santos não só violou a confiança de seus eleitores, mas também dos americanos. Ele afirmou que “não se associará a ele no Congresso e encorajarei outros representantes na Câmara dos Representantes a se juntarem a mim para rejeitá-lo”.
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Atualmente, Santos sofre uma crescente pressão dos promotores federais e locais, que investigam suas transações financeiras. Na terça-feira, 10, o Campaign Legal Center convocou a Comissão Eleitoral Federal para investigar o deputado, acusando Santos de usar o dinheiro da campanha indevidamente e omitir a verdadeira fonte de financiamento. A divulgação financeira de sua campanha foi apresentada com meses de atraso e sem as informações necessárias.
Ele também relatou que sua empresa, a Devolver Organization, pagava a ele um salário de 700 mil dólares e forneceu um dividendo de um valor entre 1 milhão e 5 milhões de dólares. No entanto, ele não forneceu informações sobre os clientes que o ajudaram a ganhar tal quantia, uma violação da exigência de divulgar qualquer compensação superior a 5 mil dólares.
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Outras condenações feitas por seus colegas de partido foram ainda mais diretas; o deputado Dusty Johnson, da Dakota do Sul, comentou na CNN que não acreditava que Santos deveria ocupar um lugar nos comitês da Câmara “até que tivéssemos uma compreensão mais profunda do que exatamente aconteceu em sua campanha”.