O governo do Reino Unido e a União Europeia enfim chegaram a um acordo comercial sobre o Brexit – a saída dos britânicos do bloco europeu decidida em um referendo na Grã-Bretanha há mais de quatro anos.
O acerto foi anunciado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson e pela presidente de Comissão Europeia Ursula von der Leyen depois de onze meses de negociações entre as duas partes e ainda precisa ser aprovado pelo legislativo do Reino Unido e pelo Parlamento Europeu.
O prazo final para chegar a um acordo terminaria na semana que vem, em 1º de janeiro.
Reações
“Nós concluímos o Brexit e agora podemos aproveitar as fantásticas oportunidades que se abrem”, comemorou Boris Johnson após o anúncio. Em nota, o governo afirmou que “tudo o que foi prometido ao povo britânico no referendo de 2016 e nas eleições gerais do ano passado foi entregue neste acordo”. Johnson foi eleito em 2019 prometendo concluir o Brexit.
“Nós retomamos o controle do nosso dinheiro, das nossas fronteiras, das nossas leis, do nosso comércio e das nossas águas de pesca.” O comunicado destaca ainda que o acerto foi alcançado em “condições extremamente desafiadoras”.
A líder da UE, por sua vez, afirmou que o pacto é “justo e equilibrado”. “Foi uma estrada longa e tortuosa, mas conseguimos um bom acordo.”
Segundo o jornal The New York Times, apesar de ter milhares de páginas, o acerto ainda deixa questões complexas para serem resolvidas mais tarde. A confirmação do acordo, porém, afasta o temor de um Brexit não negociado, que poderia ter um impacto ainda mais traumático para o Reino Unido e a União Europeia.
Sem um acordo, a relação entre Reino Unido e UE seria submetida a partir do ano que vem às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), mais restritivas, que não admitem descontos e privilégios. Tudo isso em meio aos impactos do coronavírus. O acordo comercial do Brexit buscou evitar justamente isso.
The deal is done. pic.twitter.com/zzhvxOSeWz
— Boris Johnson (@BorisJohnson) December 24, 2020