Londres e partes do sudeste da Inglaterra entrarão nesta semana no nível mais alto de alerta contra o coronavírus devido ao aumento dos casos. A medida significa que hotéis, cinemas, teatros e museus terão que fechar as suas portas e bares e restaurantes só poderão trabalhar com entregas.
“Sei que é uma notícia difícil (…) e que para os negócios afetados será um revés considerável”, mas “esta ação é absolutamente essencial”, afirmou nesta segunda-feira, 14, o ministro da Saúde Matt Hancock ao Parlamento, destacando que o número de infectados está dobrando a cada sete dias em algumas dessas regiões.
“Sabemos que esta duplicação de casos se refletirá nas admissões hospitalares e é preciso somente algumas poucas duplicações para que o sistema público de saúde fique saturado”, acrescentou.
Todos que puderem estão incentivados a trabalhar de casa e as viagens não essenciais devem ser evitadas. Em todo o país, as restrições serão flexibilizadas por cinco dias em torno do Natal para permitir as viagens e que até três famílias passem as festas juntas.
As medidas contra a propagação da Covid-19 incluem também uma limitação dos contatos sociais: proibição de encontrar pessoas com quem não se conviva, mesmo em espaços abertos, com poucas exceções. Escolas, comércios, salões de beleza e barbearias podem permanecer abertos.
O ministro explicou que se detectou “uma variante” do vírus no sul da Inglaterra que “estaria se propagando mais rápido” que as anteriores. “Nada sugere que esta variante tenha mais probabilidades de causar sintomas graves”, destacou. Hancock acrescentou que o Reino Unido notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto.
Ele pediu respeito às restrições “até que tenhamos vacinas suficientes para pessoas vulneráveis”.
Temendo esta decisão, o prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, alertou nos últimos dias que a imposição do nível mais rigoroso das restrições seria “catastrófica” para o setor da hotelaria e restaurantes durante o período de Natal.
Em resposta à propagação do vírus nas escolas, o governo lançou na semana passada uma campanha em massa de testes para crianças de 11 a 18 anos em sete dos 32 distritos de Londres e partes de Essex e Kent. Dois dos distritos da capital britânica, Greenwich e Islington, optaram por fechar as escolas.
Um dos países mais afetados da Europa, com mais de 64.000 mortes, o Reino Unido, que já sofreu dois confinamentos desde o início da pandemia, é o primeiro país ocidental que iniciou uma campanha de vacinação, com o imunizante da Pfizer.
(Com AFP)