O recordista de maratona masculina Kelvin Kiptum, de 24 anos, morreu neste domingo, 11, em um acidente de carro no Grande Vale do Rifte, no Quênia, seu país natal. Ele estava com uma mulher, que não teve a identidade revelada e foi levada ao hospital em estado grave, e com o seu treinador, Gervais Hakizimana, que não resistiu ao impacto. Em comunicado, a polícia explicou que maratonista “perdeu o controle [do veículo] e saiu da estrada entrando em uma vala do lado esquerdo” e “dirigiu na vala por cerca de 60 metros antes de bater em uma grande árvore”.
O atleta participou da sua primeira grande competição em 2018. Na época, Kiptum tinha poucos recursos e correu com tênis emprestados. Foi no ano passado que passou a atrair os holofotes do circuito internacional, em uma série de impressionantes conquistas. Em abril, ele estabeleceu o novo recorde do percurso da Maratona de Londres, com 2:01:25.
Seis meses depois, em outubro, ele quebrou o recorde mundial da maratona masculina: em Chicago, ultrapassou a marca do compatriota Eliud Kipchoge e terminou a corrida em 2 horas e 35 segundos. Os dois, inclusive, foram nomeados para a equipe provisória de maratona do Quênia para os Jogos Olímpicos de Paris, previstos para julho deste ano. Na última semana, o staff de Kiptum anunciou que ele tentaria terminar a Maratona de Roterdã, marcada para abril, em menos de duas horas.
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Homenagens
No X, antigo Twitter, Kipchoge disse estar “profundamente triste” com a morte do colega e ofereceu condolências à “jovem família” de Kiptum, que tinha dois filhos. Ele também destacou que o atleta tinha “a vida inteira pela frente para alcançar uma grandeza incrível”. O sentimento foi compartilhado pelo presidente do Atletismo Mundial, Sebastian.
“Estamos chocados e profundamente tristes ao saber da perda devastadora de Kelvin Kiptum e de seu treinador, Gervais Hakizimana”, lamentou Coe, em nota. “Em nome de todo o Atletismo Mundial, enviamos as nossas mais profundas condolências às suas famílias, amigos, companheiros de equipa e à nação queniana. Um atleta incrível que deixou um legado incrível, sentiremos muita falta dele.”
Em homenagem, o presidente do Quênia, William Ruto, definiu o maratonista como “uma estrela” e ” um dos melhores esportistas do mundo”. O líder elogiou a “força mental e disciplina” de Kiptum, a quem chamou de “extraordinário” e de “futuro” do país. Ele também estendeu seus pêsames à “família e a fraternidade esportiva”.