Quem é J.D. Vance, senador que Trump escolheu como vice
Anúncio do novo companheiro de chapa de Trump foi realizado na Truth Social, em meio à Convenção Nacional do Partido Republicano
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump definiu nesta segunda-feira, 15, James David Vance (mais conhecido como J.D. Vance), como seu vice para as eleições que determinarão o futuro da Casa Branca, em 5 de novembro. O nome de Vance imediatamente disparou nas buscas do Google Trends também no Brasil, com mais de 20 mil pesquisas na segunda-feira. O anúncio do novo companheiro de chapa foi realizado na Truth Social, rede social trumpista, em meio à Convenção Nacional do Partido Republicano. O evento, que se estende até esta quinta-feira, 118, também oficializou a candidatura do próprio Trump.
“Após longas deliberações e reflexões, e considerando os talentos tremendos de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir a posição de vice-presidente dos Estados Unidos é o senador J.D. Vance, do grande estado de Ohio”, escreveu o presidenciável republicano.
Trump descreveu o novo colega de chapa com uma série de elogios. Destacou que J.D. serviu “honoravelmente ao nosso país” no Corpo de Fuzileiros Navais, graduou-se na Universidade Estadual de Ohio em dois anos, “com honras”, e que é graduado pela Faculdade de Direito de Yale. Também parabenizou o livro do senador por Ohio, Hillbilly Elegy, que virou filme na Netflix (no Brasil, Era Uma Vez um Sonho, com Glenn Close e Amy Adams), “por defender os homens e mulheres trabalhadores do nosso país”.
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Antigo crítico de Trump
J.D. é casado com a advogada Usha Vance desde 2014. Com ela, teve três filhos: Ewan, Vivek e Mirabel. Ao contrário de outros nomes cotados, não é trumpista de carteirinha e já teceu duras críticas ao agora aliado. Em meio às eleições de 2016, o financista escreveu a Josh McLaurin, membro do Senado da Georgia, que não sabia se Trump era “um babaca cínico como Nixon, que não seria tão ruim (e pode até ser útil)” ou “Hitler da América”.
O jogo virou durante a sua candidatura para o Senado, em 2022, quando declarou seu arrependimento e caiu nas graças do ex-presidente, sendo eleito três semanas depois com o seu apoio. Entre a agenda compartilhada com o candidato republicano está a insatisfação com os gastos americanos com guerras, como os bilhões dados à Ucrânia, e a entrada de imigrantes ilegais pela fronteira com o México.
Ele também apresentou uma legislação para proibir cuidados de saúde voltados para a afirmação de gênero e para banir programas de diversidade apoiados pelo governo federal. É conhecido por se opor ao aborto e acredita que a Casa Branca deve encontrar caminhos para estimular a população a ter mais filhos para embarreirar a transição demográfica — postura compartilhada pelo governo da primeira-ministra ultradireitista da Itália, Giorgia Meloni.
Mas, ao mesmo tempo, parece não ter uma postura inflexível sobre quem não concorda com restrições duríssimas à interrupção da gravidez. Em dezembro, disse à emissora americana CNN que os republicanos devem “aceitar que as pessoas não querem proibições gerais ao aborto” e, no início deste mês, apoiou o acesso ao medicamento abortivo mifepristona.