Quem é Dina Boluarte, a primeira mulher presidente do Peru
Com carreira curta na política, advogada era vice de Pedro Castillo, afastado e preso na quarta-feira
Depois de vários anos de tentativa, o Peru finalmente conheceu a primeira presidente mulher de sua história na última quarta-feira, 8. E não é Keiko Fujimori, que concorreu ao cargo por três vezes e perdeu, mas sim a relativamente desconhecida Dina Boluarte.
Ex-advogada de 60 anos, a vice-presidente na chapa com Pedro Castillo assumiu poucas horas depois do impeachment sofrido por ele devido à tentativa fracassada de dissolver o Congresso peruano.
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Diferentemente de Fujimori, cujo pai foi presidente, a primeira mulher a assumir o cargo político mais importante do Peru não cresceu envolvida na política. Nascida em Chalhuanca, no sul do país, Boluarte é a caçula de 14 filhos e cursou direito na capital, Lima, tendo trabalhado por 17 anos para o escritório de registros públicos do país.
Sua carreira política também é curta, tendo se iniciado há apenas quatro anos, quando tentou se tornar prefeita do distrito de Surquillo, em Lima. Em 2020, ela concorreu a uma vaga no Congresso pelo partido de esquerda Perú Libre, mas também não obteve sucesso.
A primeira vitória veio um ano depois, quando juntamente com Castillo venceu as eleições contra a chapa de Keiko Fujimori. Além de vice-presidente, ela também foi nomeada ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social.
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Em um claro sinal de divisão dentro da chapa, Boluarte renunciou ao cargo ministerial há duas semanas, alegando decepção com escolhas do presidente. De lá para cá, ela permaneceu como vice até Castillo anunciar que estava dissolvendo o Congresso, quando rompeu com seu aliado de maneira definitiva.
Por meio do Twitter, ela denunciou a medida e a classificou como um golpe de Estado que aprofunda a crise política do país.
Em uma rápida manobra para aprovar o impeachment do líder peruano, o Congresso convocou Boluarte ao prédio para fazer o juramento de posse como nova presidente do Peru. Em seu discurso inicial, ela pediu uma trégua na política para instaurar um governo de unidade nacional.
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Quem prontamente respondeu ao apelo foi a própria Fujimori, que publicou em seu Twitter que todos devem fazer o possível para que o plano funcione muito bem.
“Vamos esperar que a presidente nomeie um gabinete de base ampla, um gabinete muito bom e todos devemos fazer todo o possível para que funcione bem”, escreveu.