Putin visita centro militar pela primeira vez desde anúncio de mobilização
Visita do presidente é vista como tentativa de elevar moral das tropas no momento mais conturbado para Moscou desde início da guerra
O presidente russo, Vladimir Putin, visitou nesta quinta-feira, 20, um campo de treinamento militar para os convocados para a guerra na Ucrânia pela primeira vez desde o anúncio da mobilização parcial, em setembro.
Acompanhado pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, Putin viajou até Ryazan, onde inspecionou algumas das atividades desempenhadas pelos militares. Imagens da emissora de televisão estatal mostraram ainda o presidente russo atirando com um rifle de precisão e desejando boa sorte aos combatentes.
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“O curso de treinamento para militares mobilizados está sendo realizado com intensidade elevada e durante o período de treinamento cada recruta vai disparar pelo menos 600 tiros e lançar cinco granadas”, disse Shoigu à agência de notícias RIA.
A visita ocorre apenas um dia depois de Putin declarar lei marcial nas quatro regiões anexadas na Ucrânia no que, segundo analistas, seria uma tentativa de aumentar a moral das tropas após uma série de derrotas humilhantes em território ucraniano naquele que é o período mais conturbado para a Rússia desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.
A mobilização parcial foi anunciada pelo líder russo em discurso à nação no final de setembro com o intuito de mudar o curso da guerra, mas as ações que sucederam o anúncio foram caóticas.
Além de frequentes casos de convocação de homens velhos demais ou com algum tipo de deficiência, o Kremlin não esclareceu o número exato de reservistas que seriam convocados, o que fez com que milhares de russos fugissem para o exterior. O ministro da Defesa disse na época que a previsão seria de 300.000 militares, mas esse número nunca esteve presente em nenhuma documentação oficial.
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Na última sexta-feira, 14, Putin disse que a mobilização terminaria dentro de duas semanas e nesta quinta ele ordenou que todas as regiões do país fizessem mais para apoiar as necessidades do exército e enfatizou que todos os militares devem ir ao conflito devidamente equipados.