O Kremlin declarou nesta sexta-feira, 8, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está pronto para dialogar sobre a guerra na Ucrânia com Donald Trump após sua vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos, mas que isso não significa que ele esteja disposto a mudar as demandas de Moscou.
“O presidente nunca disse que os objetivos da operação militar especial estão mudando. Pelo contrário, ele disse repetidamente que eles permanecem os mesmos”, disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, acrescentando que “não houve conversa sobre nenhuma mudança aqui.”
As exigências russas para o fim da guerra incluem a retirada de soldados ucranianos da região russa de Kursk e a concessão do 20% de território já ocupado por seus militares na nação vizinha.
Putin parabenizou Trump por sua vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos na quinta-feira e disse que as promessas do republicano de acabar com a guerra na Ucrânia rapidamente “merecem ao menos atenção”.
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O presidente russo ainda elogiou Trump, dizendo que o ex-presidente americano se comportou de “maneira corajosa, como um homem de verdade”, durante sua tentativa de assassinato em um comício de campanha na Pensilvânia em julho.
Após as declarações de Putin, Trump, que ainda não teve contato direto com o presidente russo após sua vitória, afirmou que espera que isso aconteça em breve. O presidente eleito reiterou sua crença de que as relações com a Rússia podem ser melhoradas e que negociações devem ser conduzidas de forma construtiva.
Trump e a guerra na Ucrânia
Durante sua campanha, Trump afirmou que seria capaz de encerrar a guerra na Ucrânia em “apenas 24 horas”, embora não tenha detalhado como alcançaria esse objetivo. Ele também reiterou sua intenção de estabelecer um “relacionamento muito bom” com Putin, o que gerou especulações sobre o impacto de sua vitória nas relações internacionais, especialmente com a Rússia e os aliados na Europa.
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Ao contrário do presidente Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, Trump demonstra ceticismo em relação ao apoio militar e financeiro dos EUA à Ucrânia, sugerindo que pressionará Kiev a ceder território ou a abandonar seu plano de adesão à Otan.
Relação com a Ucrânia
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também parabenizou Trump por sua reeleição e disse ter tido um “excelente telefonema” com ele na quinta-feira.
No entanto, o mandatário expressou dúvidas sobre os planos dos EUA para encerrar o conflito rapidamente: “Se for rápido, significa perdas para a Ucrânia. Eu simplesmente ainda não entendo como poderia ser de qualquer outra maneira. Talvez não saibamos de algo, não estejamos vendo”, disse ele.
“Eu elogiei sua família e equipe por seu ótimo trabalho”, disse o presidente ucraniano sobre Trump. “Concordamos em manter um diálogo próximo e avançar nossa cooperação. A liderança forte e inabalável dos EUA é vital para o mundo e para uma paz justa.”