O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não negou nesta quinta-feira, 24, as acusações dos Estados Unidos de que a Coreia do Norte enviou soldados para o território russo, onde estariam se preparando para lutar na guerra na Ucrânia, o que poderia levar o conflito para uma nova fase. Questionado por um repórter sobre a movimentação norte-coreana, Putin disse que “imagens são algo sério” e que as suas existências “refletem algo”. Ele, no entanto, acusou países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de agravarem o cenário do conflito.
“Sabemos quem está presente lá, de quais países europeus da Otan e como eles realizam esse trabalho”, afirmou o líder russo.
Putin também relembrou o Artigo 4 do acordo entre Moscou e Pyongyang, que prevê defesa mútua em caso de ataques, acrescentando: “Nunca duvidamos nem um pouco que a liderança norte-coreana leva nossos acordos a sério. Mas o que fazemos dentro da estrutura deste artigo é problema nosso”. Em contrapartida, um representante da Coreia do Norte na ONU disse que as informações dos EUA não passavam de “rumores infundados”.
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Na véspera, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, indicou que o possível envolvimento norte-coreano na guerra era “muito, muito sério” e que “há evidências de que há tropas da RPDC (República Popular da China) na Rússia”. Mais tarde, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que estima-se que cerca de 3 mil soldados norte-coreanos estejam em treinamento em três bases militares no leste da Rússia.
A Ucrânia, por sua vez, alega que unidades norte-coreanas já atuam em Kursk, região na qual as tropas ucranianas realizaram uma extensa operação em agosto deste ano. No momento, a Rússia controla um quinto da Ucrânia e tem avançado no campo de batalha. O presidente russo, além disso, tratou sobre a chance de um acordo para o fim do confronto, que caminha para o seu terceiro ano.
“Estamos prontos para considerar quaisquer opções para acordos de paz com base nas realidades que estão tomando forma no terreno. E não estou pronto para mais nada”, concluiu Putin.