O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu aliado sírio Bashar Assad pediram nesta quinta-feira (17) a retomada do “diálogo político” na Síria para pôr fim ao conflito e permitir “a retirada das forças armadas estrangeiras”, em um raro encontro na cidade russa de Sochi.
“Com o início do processo político em sua fase mais ativa, as forças armadas estrangeiras se retirarão do território sírio” declarou Putin, citado por um comunicado do Kremlin.
Os dois presidentes se reuniram na cidade situada ao sul da Rússia e mantiveram “conversas bastante exaustivas”, explicou o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov.
A última vez que os dois presidentes se reuniram foi em 11 de dezembro na base russa de Hmeimim na Síria, informou o porta-voz. A televisão russa transmitiu alguns planos do encontro entre ambos os mandatários.
Putin felicitou Assad pelos “êxitos do exército governamental sírio na luta contra os grupos terroristas” que permitiram “criar condições suplementares em favor de uma ativação do processo político em grande escala”, segundo um comunicado do Kremlin.
A intervenção militar russa, que se iniciou em setembro de 2015, permitiu ao Exército sírio reconquistar uma grande parte dos territórios que havia perdido desde o levante popular de 2011, que se transformou rapidamente em uma caótica guerra civil envolvendo vários grupos rebeldes, extremistas e minorias como os curdos, assim como atores regionais.
“A próxima tarefa é a recuperação econômica e a ajuda humanitária às pessoas em situação difícil”, acrescentou o presidente russo.
Assad estimou que “a estabilidade melhora” na Síria, o que abre “a porta ao processo político que começamos há tempos”, segundo suas declarações reproduzidas pelo Kremlin.
O presidente sírio elogiou o “aumento dos investimentos russos nos últimos anos” em seu país em guerra.
“Sabemos que não será fácil porque alguns países não querem que volte a estabilidade na Síria. Mas com vocês, alguns outros parceiros e amigos, continuaremos avançando firmemente no processo em favor da paz”, acrescentou.
Segundo o Kremlin, Bashar Assad decidiu após esse encontro escolher alguns emissários para a “formação de um Comitê Constitucional que deverá trabalhar na lei fundamental na Síria”.