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Putin diz que Rússia está pronta para ‘duelo’ de mísseis com os EUA

Presidente russo afirma que Ocidente subestima sua nova arma, o míssil intercontinental Oreshnik, e diz que quer conversar sobre fim da guerra na Ucrânia

Por Redação Atualizado em 19 dez 2024, 11h10 - Publicado em 19 dez 2024, 09h06

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante sua tradicional coletiva de imprensa anual por telefone nesta quinta-feira, 19, sugeriu um “duelo” de mísseis com os Estados Unidos que demonstraria como o novo míssil balístico hipersônico Oreshnik, que seu país testou em um ataque à Ucrânia no mês passado, poderia derrotar qualquer sistema de defesa antimísseis americano.

Washington afirmou considerar a nova arma um método de “terrorismo” para assustar os ucranianos, mais do que um ponto de inflexão na guerra. Mas o chefe do Kremlin desafiou o ceticismo de autoridades ocidentais, sugerindo que ambos os lados selecionassem um alvo designado, a ser protegido por sistemas antimísseis dos Estados Unidos, para testar qual aparato bélico era mais poderoso.

“Estamos prontos para tal experimento”, garantiu Putin. Ele acrescentou que o Oreshnik é uma arma moderna, embora seja baseada em modelos russos anteriores.

A Rússia disparou o novo míssil, que tem capacidade de transportar múltiplas ogivas nucleares, pela primeira vez contra a cidade ucraniana de Dnipro em 21 de novembro. Putin classificou o ato como uma resposta ao primeiro uso pela Ucrânia de mísseis balísticos ATACMs, fabricados pelos Estados Unidos, e Storm Shadows britânicos para atingir o território russo após receber permissão de seus aliados ocidentais.

Guerra na Ucrânia

Sobre a guerra, que completará três anos em 2025, o líder russo afirmou estar pronto para sentar à mesa de negociações e culpou o outro lado por dar continuidade ao conflito por vias militares. Ele também se mostrou disposto a conversar com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que nesta semana falou em discutir tanto com Putin quanto com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, um acordo para um armistício.

“Sempre dissemos que estamos prontos para negociações e compromissos. Só que o outro lado, literal e figurativamente, se recusou a negociar”, declarou Putin. “Em breve, os ucranianos que querem lutar vão acabar. Na minha opinião, em breve não sobrará ninguém que queira lutar.”

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O presidente da Rússia disse que não sabia quando se encontraria com Trump e não detalhou quais pontos está disposto a negociar.

Queda de Assad na Síria

Na coletiva, Putin também abordou a destituição de seu aliado de longa data Bashar al-Assad como presidente da Síria. O ditador foi derrubado por uma coalizão de milícias que tomou o poder em uma ofensiva de onze dias e fugiu para Moscou, onde ele e a família receberam asilo político.

O chefe do Kremlin negou que a Rússia tenha sido derrotada na Síria, apesar de o país ser um dos dois sustentáculos (ao lado do Irã) do regime Assad durante 13 anos de guerra civil, e afirmou que Moscou fez propostas aos novos governantes em Damasco para manter as bases, aviões e navios russos que por lá restaram. Segundo ele, “a maioria das pessoas” com quem seu governo esteve em contato indicou apoio à permanência da infraestrutura militar, mas falou que as negociações ainda estão em andamento.

Putin disse que ainda não havia se encontrado com Assad desde que foi deposto e forçado a fugir para Moscou no início deste mês, mas que planejava fazê-lo.

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A Rússia, que interveio na Síria em 2015 e mudou a maré da guerra civil a favor de Assad, também disse a outros países que suas bases aérea e naval podem ser usadas para levar ajuda humanitária para a Síria, declarou ele.

“Você quer retratar tudo o que está acontecendo na Síria como algum tipo de fracasso, uma derrota para a Rússia. Eu lhe asseguro que não é”, afirmou Putin em resposta à pergunta de um repórter americano. “E eu lhe direi o porquê. Viemos para a Síria há dez anos para impedir que um enclave terrorista fosse criado lá. No geral, alcançamos nosso objetivo. Não é à toa que hoje muitos países europeus e os Estados Unidos querem estabelecer relações com eles (os novos governantes sírios). Se são organizações terroristas, por que vocês (o Ocidente) estão indo para lá? Isso significa que eles mudaram.”

Economia russa

Putin também afirmou que a economia russa está mostrando sinais de superaquecimento, o que está alimentando uma inflação preocupantemente alta. Ele expressou apoio à política monetária rígida do banco central, mas também sugeriu que ele poderia ter agido de forma mais oportuna para controlar a alta dos preços.

O regulador da economia deve aumentar sua taxa básica de juros agressivamente em 200 pontos-base, para 23%, o nível mais alto em mais de 20 anos, em sua próxima reunião nesta sexta-feira, 20. A política monetária rígida provocou fortes críticas do setor empresarial.

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“Há alguns problemas aqui, a saber, inflação, um certo superaquecimento da economia, e o governo e o banco central já estão encarregados de reduzir o ritmo”, disse Putin.

O presidente russo afirmou que se reuniu com a chefe do banco central, Elvira Nabiullina, que o alertou que a inflação será de 9,2% a 9,3% em 2024, bem acima da estimativa anterior, de 8,5%. Segundo ele, como resultado da política monetária rígida e das medidas governamentais para esfriar a economia, as taxas de crescimento econômico cairão em 2025 em relação aos 4% deste ano.

“Acho que (a taxa de crescimento) no próximo ano deve ficar em torno de 2% a 2,5%, uma espécie de pouso suave para manter os indicadores macroeconômicos”, acrescentou.

Putin também culpou as sanções econômicas do Ocidente, bem como uma colheita ruim neste ano devido ao clima extremo, ​​pela alta no custo de vida. Os últimos dados de inflação mostraram que os preços do tomate aumentaram 4,1% e os do pepino, 10%, durante uma semana em dezembro. Nessa época no ano passado, o presidente russo foi forçado a emitir um raro pedido de desculpas sobre os preços dos ovos. Um ano depois, o aumento vertiginoso do custo da manteiga levou a roubos em alguns supermercados.

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