Putin coloca sistema de armas nucleares em estado de alerta
Objetivo é dissuadir membros da Otan a entrarem no conflito; presidente russo disse que aliança militar faz 'declarações agressivas' contra seu país
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, subiu alguns degraus na escalada do conflito contra a Ucrânia, que chegou neste domingo, 27, ao seu quarto dia. Em meio aos apelos para que os países sentem para negociar um cessar-fogo, Putin mandou um recado aos aliados da Ucrânia na Otan de que não pretende tolerar que países do Ocidente se metam em sua guerra.
Durante uma reunião transmitida pela TV estatal russa na manhã deste domingo, Putin ordenou aos seus chefes militares que coloquem o sistema de armas nucleares em estado de alerta máximo. Putin disse que, para além das sanções econômicas anunciadas recentemente, aliados da Ucrânia na Otan têm dado “declarações agressivas” contra o seu país.
Putin não usou o termo nuclear em sua fala, mas a ordem foi para colocar as “forças de dissuasão” em modo de combate. Ou seja, ele mandou que o arsenal esteja pronto para o seu emprego efetivo.
“Vocês estão vendo que o Ocidente não está tomando apenas ações não amigáveis contra nosso país na área econômica. São ações ilegítimas que todos conhecem bem. Mas os oficiais sêniores dos países da Otan também estão dando declarações agressivas contra o nosso país. Dessa forma, eu ordeno que o ministro da Defesa e o chefe do Estado Maior transfiram as forças de dissuasão do exército russo para o modo especial de serviço de combate”.
O objetivo russo é dissuadir os países membros da aliança a enviarem tropas para lutares no conflito. Estados Unidos, Reino Unido e a União Europeia já anunciaram sanções contra a Rússia e a Otan tem dado apoio à Ucrânia com treinamentos e equipamentos. Combatentes de fora dos dois países ainda não foram enviados oficialmente à zona de guerra, algo que Putin tenta justamente impedir.
A comunidade militar internacional vem divulgando a impressão de que a Rússia tem enfrentado dificuldades não previstas em sua invasão. Os russos divulgaram que já têm o domínio de três cidades, entre elas a segunda maior do país, Kharkiv. Autoridades locais, contudo, dizem que os conflitos estão em curso no centro da cidade e que tropas locais ainda resistem contra os invasores.
A reação dos opositores de Putin foi quase instantânea. O secretário de imprensa da Casa Branca, Joe Psaki, disse que o presidente russo “fabrica ameaças” para justificar suas agressões ao país vizinho. “Este é realmente um padrão que vimos do presidente Putin ao longo deste conflito. Ele está fabricando ameaças que não existem para justificar mais agressões. A comunidade global e o povo americano devem olhar para isso por meio deste prisma”, disse Psaki em entrevista a rede ABC.