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Putin alerta Ocidente a não cruzar ‘linhas vermelhas’ da Rússia

Ameaça feita em discurso à nação acontece em meio a aumento de tensões, após troca de sanções e expulsões diplomáticas com países ocidentais

Por Da Redação 21 abr 2021, 13h10

O presidente Vladimir Putin alertou o Ocidente nesta quarta-feira, 21, a não cruzar as “linhas vermelhas” da Rússia, afirmando que Moscou irá responder de forma “assimétrica, rápida e dura” a quaisquer provocações, e que os responsáveis irão lamentá-las. A ameaça acontece em meio ao aumento de tensões, após troca de sanções e expulsões diplomáticas com países ocidentais.

“Os responsáveis por quaisquer provocações contra nossos interesses de segurança vão se arrepender como há muito não se arrependem”, disse Putin em fala de 83 minutos às duas Câmaras do Parlamento durante discurso anual sobre o Estado da União.

De acordo com Putin, Moscou não quer destruir pontes e prefere o diálogo, mas não terá medo de responder caso perceba ataques. Ele não citou diretamente nenhum país, mas a fala é uma referência ao agravamento retórico entre a Rússia e o Ocidente, especialmente Estados Unidos e União Europeia, por conta do aumento da presença militar russa perto da fronteira com a Ucrânia e ao longo da península da Crimeia.

Recentemente, o governo russo chegou a definir os Estados Unidos como “adversários” e alertar Washington contra o envio de navios para perto da Crimeia, região do Mar Negro cedida por Moscou à Ucrânia durante a era soviética e anexada pela Rússia em 2014. Confrontos entre separatistas pró-Moscou e militares ucranianos aumentaram nas últimas semanas e, segundo Kiev, ao menos 14.000 pessoas morreram em sete anos.

Em sinal de preocupação, durante uma ligação telefônica, Biden sugeriu a Putin a realização de uma cúpula em um terceiro país, embora tenha destacado o compromisso dos EUA com a soberania e integridade territorial ucraniana.

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Sanções e Covid-19

Na semana passada, o governo russo anunciou a expulsão de dez diplomatas americanos do país, em uma resposta ao novo pacote de sanções anunciado um dia antes pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. As medidas americanas foram anunciadas como resposta a supostos ataques cibernéticos com intuito de interferir no resultado das eleições presidenciais de 2020 e envolvem 32 entidades russas.

Sobre a questão, em seu discurso, Putin afirmou que a pressão sobre Moscou se tornou uma “nova forma de esporte”. Ele citou o que afirma ter sido uma tentativa de golpe na Bielorrúsia, onde grandes protestos em 2020 pressionaram o regime de Alexander Lukashenko, há 26 anos no poder. Moscou acusa o movimento da oposição de agir em conluio e nos interesses de Washinton, que nega a acusação.

“A prática de organizar golpes, assassinatos políticos, incluindo de figuras da alta cúpula do governo, está indo muito longe”,  disse Putin. Ele traçou paralelos de ações contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e manifestações populares que levaram à queda do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovcyh, aliado de Moscou, em 2014. 

Grande parte do discurso foi dedicada às questões domésticas, com elogios à resposta do país à pandemia de Covid-19. O presidente afirmou que o desenvolvimento rápido de três vacinas destacaram a capacidade tecnológica e industrial da Rússia, mas pediu um ritmo mais rápido de imunizações para que o país alcance imunidade coletiva o mais rápido possível.

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Ele também apresentou incentivos para ajudar a economia a se recuperar da pandemia e prometeu novos benefícios sociais com foco em famílias com crianças.

Oposição

O mandatário, no entanto, não citou o caso envolvendo Alexei Navalny, mesmo com protestos pela libertação do líder da oposição organizados para coincidir com o discurso à nação. Mais de 465.000 pessoas confirmaram presença para as manifestações e, horas antes do início oficial dos atos, já havia relatos de ao menos 100 prisões.

Navalny foi levado sob custódia policial em janeiro logo após pousar em um aeroporto de Moscou, vindo da Alemanha, onde havia sido tratado por um envenenamento quase fatal com um agente nervoso, que, segundo o Ocidente, teria sido ordenado por Putin. Ele foi condenado a dois anos e meio de prisão em fevereiro por violar a liberdade condicional em uma sentença antiga por fraude, um processo que denuncia ser politicamente motivado.

Na prisão, ele tem feito graves queixas à falta de atendimento médico. Ele já havia anunciado uma greve de fome recentemente para protestar contra o que disse ser a recusa da prisão de lhe proporcionar atendimento médico de qualidade.

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