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‘Protagonismo brasileiro é essencial’, diz chanceler francês no G20

Discurso sobre Gaza, Ucrânia e reforma do Conselho de Segurança da ONU foi feito a portas fechadas na quarta-feira

Por Amanda Péchy
Atualizado em 7 Maio 2024, 17h05 - Publicado em 22 fev 2024, 12h30

Em discurso no primeiro dia da reunião dos ministros das Relações Exteriores dos membros do G20, na quarta-feira 21, o chanceler francês, Stéphane Séjourné, afirmou que “o protagonismo” do Brasil na Presidência do grupo das economias mais ricas “é essencial no contexto que vivemos”, de acordo com uma cópia do documento vista por VEJA.

Apenas a fala de abertura do evento, feita pelo chanceler Mauro Vieira, foi transmitida. O resto do encontro, que segue nesta quinta-feira, 22, foi feito a portas fechadas.

O evento o Rio de Janeiro é o primeiro da inédita presidência brasileira do bloco que reúne as maiores economias do mundo, posto rotativo que ocupa desde dezembro do ano passado. Sob comando de Vieira, o Brasil traçou três tópicos centrais que pretende seguir:

  1. Inclusão social e combate à fome e à pobreza;
  2. Promoção do desenvolvimento sustentável, considerando-se seus 3 pilares: social, econômico e ambiental;
  3. Reforma das instituições da governança global”.

Em sua fala aos líderes presentes, Séjourné reconheceu que o G20 não foi criado como um fórum geopolítico, mas, disse que isso precisa ser adaptado no âmbito das guerras em Gaza e na Ucrânia. “Deve ser um local de intercâmbio, de soluções e sobretudo um local de responsabilidade”, afirmou o chanceler francês.

“No contexto atual, o protagonismo do Brasil como presidência do G20 é essencial”, enfatizou.

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Guerra

Séjourné usou a fala para denunciar a Rússia por “desprezar todos os princípios do direito internacional” e conclamou o G20 a “condenar as suas violações mais graves”. Além disso, garantiu que a França permanece e continuará ao lado da Ucrânia, e declarou que “não podemos esquecer a guerra”, iniciada há quase dois anos.

O chanceler também chamou atenção para a situação humanitária “cataclísmica” em Gaza e disse que a França continuará a trabalhar por um cessar-fogo. “O nosso grupo deve ser capaz de dizer isto e pedir mais ajuda humanitária”, declarou. Mas também disse que o G20 precisa “condenar nos termos mais veementes os bárbaros ataques terroristas e as violações utilizadas como armas de guerra pelo Hamas e outros grupos terroristas em 7 de outubro. A França também se solidariza com os israelenses”.

O comentário ocorre no contexto de uma crise diplomática entre Brasil e Israel, desencadeada por uma fala em que Lula comparou as ações militares israelenses contra os palestinos em Gaza ao Holocausto, que matou mais de 6 milhões de judeus durante o regime nazista de Adolf Hitler. “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente brasileiro.

Reforma do Conselho de Segurança da ONU

Séjourné também afirmou que “a governança global não reflete o mundo de hoje”, defendendo reformas em órgãos internacionais como o FMI e o Conselho de Segurança da ONU – esta, uma das pautas principais defendidas por Brasília durante sua presidência à frente do G20.

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“As instituições são insuficientemente representativas. São também muitas vezes subdimensionados em comparação com a escala dos desafios ou paralisadas ​​por regras que os tornam ineficazes”, disse o chanceler francês. “Esta é também a convicção do presidente Emmanuel Macron: são necessárias reformas profundas, sem tabus e em todas as esferas da governação global.”

O ministro lembrou que a França apoia uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que ele seja mais abrangente, mas não citou os países a serem adicionados. O Brasil pleiteia por uma vaga desde o primeiro governo Lula, em 2002.

O G20

Além do Brasil, compõem o G20 a África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além dos blocos União Africana e União Europeia. Juntos, representam cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população do planeta.

O encontro no Rio também contará com a presença de enviados de países convidados: Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega, Portugal, Singapura, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Mais de 10 entidades também receberam convite, como as Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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