Promotores dos EUA pedem prisão de 6 meses para ex-estrategista de Trump
Departamento de Justiça acusa Steve Bannon de prejudicar andamento das investigações do comitê especial que investiga ataque ao Capitólio
Promotores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediram a um juiz federal nesta segunda-feira, 17, que o estrategista Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, seja condenado a seis meses de prisão por desafiar uma intimação para testemunhar no caso da invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Os promotores recomendaram a sentença acusando Bannon de perseguir “uma estratégia de má-fé de desafio e desprezo” e depreciando publicamente o painel que investiga o ataque. Além da pena, o órgão pede que o ex-assessor seja multado em 200.000 dólares, o equivalente a 1 milhão de reais.
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“Durante a pendência deste caso, o réu explorou sua notoriedade – por meio de coletivas de imprensa no tribunal e seu podcast na Sala de Guerra – para mostrar ao público a fonte de sua recusa de má-fé em cumprir a intimação do comitê: um total desrespeito ao governo processos e a lei”, escreveu o departamento.
O pedido da promotoria acontece apenas poucos dias depois que o comitê especial votou para intimar Trump, em um esforço para obrigar o depoimento do ex-presidente sobre o tumulto no Capitólio e seus esforços para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos. Ainda não está claro se o republicano irá cumprir a medida do painel, mas sua recusa pode resultar em novas acusações criminais.
Bannon, por sua vez, foi condenado por duas acusações de desacato ao Congresso em julho e sua sentença sairá na próxima sexta-feira, 21. Cada uma delas prevê prisão de 30 dias a um ano e multa de 100 a 100.000 dólares (R0 a R0.000).
Em resposta, os advogados do ex-assessor disseram que ele deveria ser sentenciado apenas à liberdade condicional e, caso seja condenado a encarceramento, que cumpra em sua casa, e não na prisão.
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Em memorando divulgado nesta segunda, eles argumentaram que Bannon foi condenado por estatutos regidos por jurisprudência “desatualizada” e que ele contou com a assessoria jurídica de seu advogado ao não comparecer perante o comitê.
“Os fatos deste caso mostram que a conduta do acusado foi baseada em sua confiança de boa fé no conselho de seu advogado”, escreveram.
O departamento também expressou frustração por Bannon não ter produzido um “documento único” para o comitê e afirmou que a sua recusa em cooperar com a intimação prejudicou o trabalho dos investigadores.
Na época, o comitê especial queria falar com o ex-assessor porque tinha informações de que ele estava ativamente envolvido no planejamento, logística e captação de recursos para os esforços de Trump para derrubar a eleição de 2020 e impedir o Congresso de certificar a vitória do presidente Joe Biden.
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Além da acusação de não cooperar com a justiça, Steve Bannon também foi acusado de lavagem de dinheiro e de conspiração de fraude em um caso envolvendo doações para a construção de um muro na fronteira com o México. Ele se declarou inocente e disse que tudo se tratava de uma “bobagem”.