Com a crise econômica na Venezuela, o Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores (Cendas-FVM) publicou um relatório nesta terça-feira, 2, que mostra que um professor no país precisa do equivalente a 26 vezes o seu salário para conseguir comprar uma cesta básica para uma família de cinco pessoas, hoje avaliada em US$ 548. Atualmente, um docente recebe em média US$ 21 por mês, o que representa apenas 3,8% do custo total.
Em fevereiro, a inflação da Venezuela foi de 1,2% — a mais baixa desde agosto de 2012. No entanto, a inflação de variação acumulada foi de 2,9%.
Desde março de 2022, o salário mínimo e as pensões permaneceram no valor de 130 bolívares, o equivalente a R$ 18. Atualmente, o poder de compra diminuiu em comparação com dois anos atrás devido ao aumento do preço do dólar no país. Atualmente, a moeda americana é utilizada como referência para grande parte das empresas.
Em janeiro, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou um aumento de US$ 30 para US$ 60 do “bônus de guerra econômica”, que nem todos os funcionários recebem. Esse valor extra é recebido apenas por quem está registrado no Sistema Pátria governamental, um programa de subsídios do governo.
Eleições venezuelanas
Recentemente, a líder da oposição, Maria Corina Machado, pediu para que a Noruega, país mediador nas negociações entre o regime venezuelano e a oposição, pressionasse o governo a garantir uma corrida para a presidência “livres e justas”. Em um comunicado divulgado por Corina nesta segunda-feira, a oposição pressiona Maduro a cumprir o Acordo de Barbados e admitir a candidatura de sua sucessora, Corina Yoris. Na carta, dirigida ao primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr, ela afirma que o Acordo de Barbados “foi completamente violado pelo regime presidido por Nicolás Maduro”.
“Maduro descreveu o meu partido, Vente Venezuela, como uma ‘organização terrorista’ . Para nos acusar, forjaram provas e obrigaram alguns detidos a acusar os seus próprios colegas de falsas conspirações armadas”, salienta, aludindo às declarações sob custódia do seu gestor de campanha em Barinas.
Da mesma forma, ela garantiu que tanto sua equipe quanto ela própria “correm o risco de futuros desaparecimentos forçados ” .