O produtor de Hollywood Harvey Weinstein, que caiu em desgraça e foi preso após uma série de acusações de estupro e crimes sexuais, foi diagnosticado com um câncer de medula óssea, informaram as emissoras americanas a NBC News e ABC News nesta terça-feira, 22, citando fontes anônimas.
O ex-magnata do cinema de 72 anos, segundo a imprensa americana, está em tratamento em uma prisão de Nova York para leucemia mieloide crônica.
O representante de saúde de Weinstein em Nova York, Craig Rothfeld, não confirmou as reportagens. “Por respeito à privacidade do Sr. Weinstein, não faremos mais comentários”, disse ele à ABC. Já a porta-voz de Weinstein, Juda Engelmayer, disse à revista americana Variety que “expressa profunda consternação com as especulações em torno da condição médica do Sr. Weinstein”.
“É preocupante e inaceitável que tais questões de saúde privadas e confidenciais tenham se tornado um assunto de discurso público. Por respeito à privacidade do Sr. Weinstein, não faremos mais comentários”, acrescentou ela.
Novo capítulo dos processos contra Weinstein
O diagnóstico de Weinstein veio um mês depois dele ser indiciado por uma nova acusação de crime sexual. Ele se declarou inocente de de ato sexual criminoso em primeiro grau em um tribunal de Nova York, caso relacionado a uma alegação de que o produtor havia abusado de uma mulher em um hotel de Manhattan em 2006.
Weinstein também passou por uma cirurgia cardíaca de emergência no mês passado, após a qual Rothfeld disse que o ex-magnata estava “fora de perigo no momento”.
Atualmente, Weinstein cumpre uma sentença de prisão de 16 anos após ser condenado por acusações de estupro na Califórnia. Ele também foi considerado culpado em Nova York em 2020 por estupro e agressão sexual de uma atriz, além de praticar sexo oral à força em uma assistente de produção, e foi sentenciado a 23 anos de prisão nesse caso.
No entanto, um tribunal de apelações de Nova York anulou o veredito em abril, determinando que o juiz de primeira instância havia permitido depoimentos de vítimas que não estavam diretamente envolvidas com o caso em questão. Um novo julgamento foi marcado para novembro, embora os promotores tenham considerado o prazo “irrealista”.
Movimento MeToo
As denúncias contra Weinstein contribuíram para o surgimento do movimento MeToo em 2017, um momento decisivo para o feminismo no século XXI. Mais de 80 mulheres o acusaram de assédio, agressão sexual ou estupro, incluindo as famosas atrizes Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd.
Weinstein alegou que todas as relações sexuais em questão foram consensuais.
Em 1979, o produtor e seu irmão Bob cofundaram o importante estúdio de cinema de Hollywood Miramax Films. Seus sucessos incluem Pulp Fiction, de 1994, e Shakespeare Apaixonado, de 1998, pelo qual Weinstein dividiu o Oscar de melhor filme.