Príncipe Harry é acusado de ‘se vangloriar’ por assassinatos em guerra
Secretário de Defesa comentou trecho de livro de memórias de Harry no qual diz ter matado 25 pessoas no Afeganistão
O secretário de Defesa do Reino Unido, o ex-soldado Ben Wallace, acusou nesta quinta-feira, 23, o príncipe Harry de “se vangloriar” do número de pessoas que teria matado enquanto serviu no Exército britânico no Afeganistão e de ter se decepcionado com os seus colegas de serviço. O secretário e outros veteranos de destaque se juntaram para criticar a alegação do duque de Sussex de ter matado 25 soldados do Talibã.
Apesar de Wallace ter afirmado que cabe a cada membro “fazer suas próprias escolhas” sobre contar detalhes da missão, ele também disse que teria divulgado tal informação em seu próprio tempo como capitão dos guardas escoceses.
“As Forças Armadas não se tratam de uma contagem”, disse Wallace à rádio britânica LBC. “Francamente, acho que se vangloriar de contagens ou falar sobre contagens distorce o fato de que o Exército é um jogo de equipe.”
+ A comovente carta escrita pelo rei Charles em 1955 e abandonada em sótão
De acordo com o secretário, servir nas Forças Armadas é o equivalente a estar em uma “empresa de equipe” e que qualquer pessoa que entra em combate tem o apoio de “centenas de pessoas por trás”, seja um quartel-general no Reino Unido ou pelo Corpo Logístico Real, que fornece apoio logístico para os militares. .
Embora Wallace tenha enfatizado que os seus comentários se tratavam de uma “opinião pessoal”, o secretário afirmou acreditar que o sucesso de uma pessoa no exercício militar não é medido por “quem atira mais ou quem não atira mais”.
“Se você começar a falar sobre quem fez o quê, o que você está realmente fazendo é decepcionar todas as outras pessoas, porque você não é uma pessoa melhor porque você fez e eles não”, disse.
+ Família Real contrata arquivista para guardar segredos da Rainha Elizabeth
O príncipe Harry contou em seus livros de memórias, “Spare”, que, quando serviu para artilharia das Forças Armadas na sua segunda viagem ao Afeganistão em 2012, foi possível estabelecer “com exatidão” os números de combatentes inimigos que tinha matado.
“Pareceu-me essencial não ter medo desse número. Então meu número é 25. Não é um número que me enche de satisfação, mas também não me envergonha”, escreveu Harry. “Quando me vi mergulhado no calor e na confusão do combate, não pensei naqueles 25 como pessoas. Eram peças de xadrez retiradas do tabuleiro. Pessoas más eliminadas antes que pudessem matar pessoas boas”, afirmou Harry posteriormente reconhecendo ter desumanizado as pessoas em que atirou.