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Presidente ucraniano pede à Otan envio de navios ao Mar de Azov

Segundo Petro Poroshenko, Putin quer 'a volta do antigo império russo' e pretende ocupar território marítimo ilegalmente

Por Da Redação
Atualizado em 29 nov 2018, 10h38 - Publicado em 29 nov 2018, 08h31
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  • O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediu nesta quinta-feira, 29, aos países da Otan, especialmente à Alemanha, o envio de navios de guerra ao Mar de Azov para apoiar seu país diante da ameaça da Rússia.

    “A Alemanha é um dos nossos aliados mais próximos e esperamos que países dentro da Otan estejam dispostos a enviar navios ao Mar de Azov para ajudar a Ucrânia e garantir a segurança” na região, declarou Poroshenko ao jornal alemão Bild. O presidente russo, Vladimir Putin, “não quer nada menos que ocupar o Mar [de Azov]”, acrescentou.

    “Não podemos aceitar esta política agressiva da Rússia. Primeiro foi a Crimeia, depois o leste da Ucrânia e agora [Putin] quer o Mar de Azov”.

    “A Alemanha também deve se perguntar o que fará Putin da próxima vez se não o detivermos”, assinalou o presidente ucraniano, em um momento em que o premiê da Ucrânia, Volodymyr Groysman, é esperado em Berlim.

    “Putin quer a volta do antigo império russo. Crimeia, Donbass, quer todo o país”, denunciou Poroshenko. “Como imperador russo, tal como ele se vê, seu império não pode funcionar sem a Ucrânia. Ele nos considera uma colônia”.

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    Um incidente entre a Guarda Costeira russa e navios ucranianos aconteceu no domingo passado, 25, no Mar Negro, quando as embarcações tentavam entrar no estreito de Kerch para chegar ao Mar de Azov, uma rota marítima crucial para as exportações de cereais ou aço produzidos no leste da Ucrânia.

    A guarda-costeira russa, vinculada aos serviços de segurança (FSB), abordou dois navios patrulheiros e um rebocador ucranianos, acusando-os de ter entrado ilegalmente em águas territoriais russas, e capturaram 24 fuzileiros navais a bordo.

    A Rússia classificou o incidente de “provocação”, enquanto que a Ucrânia denunciou um “ato de agressão” e pediu a libertação de seus fuzileiros e retorno de seus navios.

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    Em resposta, a Ucrânia instaurou a lei marcial nas regiões fronteiriças e do litoral durante 30 dias. Diante das preocupações com a medida, as autoridades ucranianas afirmaram que o texto, que permite mobilizar cidadãos, regulamentar meios de comunicação e limitar manifestações públicas, tem “caráter preventivo”.

    O presidente russo Vladimir Putin defendeu as forças de seu país e afirmou que a Guarda Costeira apenas cumpriu com seu dever. Moscou também anunciou o reforço de seu poder militar na península da Crimeia, com a instalação de uma nova divisão de mísseis antiaéreos S-400.

    Desde a anexação da Crimeia, em 2014, a Rússia reivindica o controle do estreito de Kerch, a única rota marítima entre o Mar Negro e o Mar de Azov.

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    A União Europeia (UE) manifestou preocupação com o cenário. “Estamos consternados com o uso excessivo da força pela Rússia que, em um contexto de crescente militarização na região, é inaceitável”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em um comunicado que representa os 28 países do bloco.

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve se reunir depois de 10 de dezembro para aprovar um programa de ajuda à Ucrânia, anunciou a diretora gerente do organismo, Christine Lagarde.

    (Com AFP)

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