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Presidente das Filipinas diz que era gay, mas ‘se curou’

Rodrigo Duterte também zombou de um adversário político, o senador Antonio Trillanes

Por Da Redação 3 jun 2019, 23h58
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  • Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, afirmou nesta segunda-feira, 3, que se ‘curou’ da homossexualidade com a ajuda de ‘mulheres bonitas’. Ele fez os comentários em um discurso para uma plateia filipina em Tóquio.

    Duterte também aproveitou a ocasião para zombar de um adversário político, o senador Antonio Trillanes, ao dizer que seus trejeitos mostram que ele é gay.
    “Trillanes e eu somos parecidos. Mas eu me curei”, disse Duterte. “Quando eu comecei um relacionamento com Zimmerman (sua ex-mulher), eu disse, é isso. Eu me tornei um homem novamente”, completou.

    Em comunicado, Trillanes respondeu: “Ao admitir seu passado gay, começo a suspeitar da verdadeira natureza da aparente obsessão de Duterte em relação a mim.
    Também é inteiramente possível que sua projeção de homem forte seja apenas uma frente. Seja como for, tais comentários de Duterte mostram o quão pervertido e doente está sua mente.”

    No seu mandato, Duterte desenvolveu uma reputação de fazer comentários controversos, muitas vezes falando que se trata de uma brincadeira. Com frequência, ele usa a homossexualidade como um insulto, usando para descrever os rebeldes comunistas, os padres católicos (Duterte diz que foi abusado sexualmente por um quando era adolescente) e o ex-embaixador dos Estados Unidos em seu país.

    Antes de sua eleição como presidente, em 2016, Deterte manifestou apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo nas Filipinas, um país católico. “O casamento entre pessoas do mesmo sexo é bom. Todos merecem ser felizes” disse durante o talk show “Vice Ganda”, em 2015.

    Depois, porém, mudou o discurso. “Não há gênero porque você pode ser ele ou ela… Essa é a cultura deles. Isso não se explica a nós”, afirmou em visita aos EUA. “Somos católicos e existe o Código Civil, que diz que você só pode casar uma mulher com um homem”.

    Segundo o jornal The New York Times, o cineasta Rhadem Camlian Morados, ativista dos direitos dos gays, disse que desta vez o presidente foi longe demais. “Sua piada gay foi muito contraproducente e humilhante”, disse Morados, “como se houvesse a necessidade de ‘rezar os gays’ e de que a homossexualidade é uma doença que precisa ser curada”.

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