Presidência da COP29 cobra G20 por firmeza ao abordar questão climática
Azerbaijão disse esperar 'sinais positivos' da cúpula de líderes; Falta de consenso sobre combate às mudanças climáticas ameaça travar declaração final
O presidente da COP29, Mukhtar Babayev, do Azerbaijão, cobrou nesta segunda-feira, 18, o apoio dos líderes do G20, grupo das maiores economias do mundo, para o combate às mudanças climáticas. A conferência ambiental das Nações Unidas, que ainda ocorre na cidade de Baku em paralelo à reunião do G20 no Rio de Janeiro, tem sido marcada por impasses nas negociações – e teme-se que o mesmo ocorra no Brasil.
Em coletiva de imprensa, Babayev disse que os países do G20, mais União Europeia e União Africana, são “responsáveis por 85% do PIB global e 80% das emissões”.
“Nós instamos todos a usar a reunião do G20 para enviar um sinal positivo de seu comprometimento em lidar com a crise climática. Queremos que eles forneçam mandatos claros para entregar na COP29”, afirmou ele.
A COP29 tem como um de seus principais objetivos chegar a um acordo sobre financiamento climático na casa de bilhões de dólares, em meio a impasses sobre a transição energética e a falta de cumprimento de metas de redução de emissão de gases do efeito estufa. Frente à falta de consenso em Baku, a agência de notícias Reuters reportou que os membros do G20 já teriam alcançado um consenso, ainda que “frágil”, sobre recursos voltados a projetos climáticos.
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Críticas da ONU
O coro foi engrossado pelo chefe do clima da ONU, Simon Stiell, que apelou para os líderes do G20 não se perderem em “blefes, manobras temerárias e manuais premeditados”, acrescentando: “Só conseguiremos fazer o trabalho (necessário) se as partes estiverem preparadas para agir em paralelo, aproximando-nos de um ponto em comum. Vamos acabar com o teatro e ir direto ao ponto”.
O puxão de orelha ocorreu um dia após o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertar sobre a importância da reunião no Rio de Janeiro para o futuro climático. Falando com repórteres na capital fluminense, ele destacou que “agora é o momento de liderança pelo exemplo das maiores economias e emissores do mundo”.