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Premiê japonês anuncia saída após fracasso no controle da Covid-19

No poder há menos de um ano, Yoshihide Suga enfrentava alta impopularidade, impulsionada por forte oposição à realização dos Jogos Olímpicos

Por Da Redação Atualizado em 3 set 2021, 11h36 - Publicado em 3 set 2021, 11h35

Em meio às crescentes críticas após fracassos no controle da pandemia de Covid-19, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, anunciou nesta sexta-feira, 3, que não concorrerá à reeleição para a liderança do partido governista, efetivamente renunciando ao comando do país.

No poder há menos de um ano, a decisão reflete a acentuada queda de popularidade nos últimos meses, impulsionada pelo fato de que casos do coronavírus quintuplicaram desde o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em agosto.

A repórteres, Suga afirmou que comandar a resposta à pandemia no Japão e campanhas para liderar o Partido Liberal Democrata ao mesmo tempo dividiu suas energias. Por isso, disse ter decidido “não concorrer às eleições para liderança partidária, à medida que gostaria de focar nas medidas contra o coronavírus”.

O partido agora precisará escolher um novo líder para as eleições gerais marcadas para 30 de novembro.

O premiê tomou posse em meados de setembro de 2020, pouco depois de seu antecessor, Shinzo Abe, renunciar por motivos de saúde. Abe havia sido o primeiro-ministro mais duradouro da história japonesa.

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A renúncia, agora, levanta temores de que o país volte ao período de alta rotatividade que antecedeu os quase oito anos de Abe no poder. Antes da considerável estabilidade sob Abe, seis primeiros-ministros diferentes haviam comandado o país dentro do período de seis anos.

Embora a rotatividade seja esperada, não é provável que haja uma grande ruptura política, à medida que o Partido Liberal Democrata está no poder desde 1955, com pequenos intervalos na década de 1990 e no início da década de 2010.

Dois membros do gabinete de Abe já surgiram como possíveis candidatos: Fumio Kishida, ex-ministro das Relações Exteriores, e Sanae Takaichi, ex-ministro do Interior.

Kishida tem sido ativo nas críticas a Suga pela gestão da pandemia e propôs uma série de medidas para conter o vírus, incluindo maiores gastos públicos e uma promessa de mais leitos em hospitais e a criação de uma agência de gerenciamento de crise sanitária.

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Ao todo, o Japão soma mais de 1,5 milhão de casos, incluindo cerca de 16.200 mortes, e grande parte do país está em estado de emergência devido à falta de leito. O país vem superando mais de 20.000 casos diários de Covid-19 desde metade de agosto, os números mais altos desde o início da pandemia.

O auge de contágios no país coincidiu com a celebração dos Jogos Olímpicos, e novas medidas restritivas do Executivo foram apresentadas às vésperas dos jogos Paralímpicos, também em formato de bolha para evitar infecções entre os 4.400 atletas participantes e a população japonesa. A competição teve início em 24 de agosto e vai até 25 de setembro.

Alguns especialistas consideram que a realização dos Jogos Olímpicos resultou no relaxamento da população em respeitar as recomendações das autoridades, algo que também é respaldado nas pesquisas de opinião. Em uma consulta feita pelo jornal Asahi, 61% dos entrevistados dizem acreditar que o evento motivou em mais saídas de casa ou reuniões com familiares e amigos, ao contrário do que pedia o governo.

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