O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) afirmou nesta sexta-feira, 17, que o porto flutuante construído pelo exército americano começou a entregar levas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, por meio de caminhões que foram abastecer-se de carga na recém-construída infraestrutura.
O porto foi ancorado em uma praia de Gaza na quinta-feira 16, e será usado para canalizar suprimentos de vários países para o enclave sitiado por Israel. Desde o início da guerra, a maioria das passagens de fronteira foram fechadas, provocando uma crise humanitária envolvendo escassez de alimentos, medicamentos e água potável entre os palestinos.
O corredor marítimo chega em um ponto especialmente crítico. Desde a semana passada, o único ponto de entrada restante para a entrada de insumos, a passagem de Rafah (na fronteira entre Gaza e Egito), também foi bloqueada devido a ataques israelenses e combates com o Hamas.
Como o esquema vai funcionar
A carga do porto passará por várias etapas antes de chegar a Gaza. Primeiro irá ao Chipre por via aérea ou marítima, onde será examinada pelos Estados Unidos e Israel, e colocada em contêineres de palets antes de ser transportada de navio para uma plataforma flutuante perto da costa de Gaza. Em seguida, finalmente será transportada até o cais flutuante e transportada até as comunidades locais em caminhões.
Os insumos que chegaram de navio nesta sexta-feira irão para a parte norte de Gaza primeiro, onde a fome é mais grave, e para o sul no dia seguinte. O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas será responsável por receber e distribuir os suprimentos em Gaza.
O almirante Brad Cooper, comandante do CENTCOM, declarou que o objetivo é levar cerca de 500 toneladas de assistência humanitária diariamente a Gaza através do porto. Isso significa preencher cerca de 90 caminhões com insumos. A meta elevar o número para até 150 caminhões por dia.
As Nações Unidas estimam que sejam necessários 500 caminhões por dia para aliviar o sofrimento dos palestinos.
Como o porto foi construído
Os Estados Unidos começaram a construir o cais flutuante no final de abril, a um custo de US$ 320 milhões e com a ajuda de cerca de mil soldados e marinheiros americanos. Washington reafirmou várias vezes que esta é uma medida temporária de “natureza inteiramente humanitária”. A CENTCOM enfatizou que nenhum soldado dos Estados Unidos desembarcou em Gaza.
As peças para o cais foram levadas da costa leste dos Estados Unidos por quase 10 mil quilômetros através do oceano, de acordo com o CENTCOM. Então, as peças foram montadas na costa de Gaza, com apoio do porto israelense de Ashdod.