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Por que esta bomba de hidrogênio de Kim é mais assustadora?

Desta vez, Kim Jong-un não parece estar blefando. Sua nova bomba é melhor que a de plutônio ou a de urânio

Por Da Redação
Atualizado em 4 set 2017, 14h30 - Publicado em 3 set 2017, 11h53

A bomba de hidrogênio, também chamada de bomba H ou termonu­clear, possui uma capacidade de destruição exponencialmente maior que a de uma bomba atômica convencional e está nas mãos de poucos países: Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, França e China.

Como o seu desenvolvimento é muito complicado, países pobres como Índia e Paquistão procuraram outros métodos para ter seus arsenais, usando a bomba de urânio ou de plutônio. Os primeiros testes destes dois países ocorreram em 1998. Até interromper a produção da sua bomba atômica, o Irã estava apostando nestes dois caminhos, urânio e plutônio.

Ao usar hidrogênio, o ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte, coloca-se no primeiro escalão de países, não no segundo. Essas bombas são menores e podem ser inseridas mais facilmente na ponta de um míssil. Não por acaso, o anúncio oficial da Coreia do Norte de hoje deixou claro que Kim Jong-un assistiu uma bomba H (a ogiva), ser carregada na ponta de um míssil balístico intercontinental (ICBM).

As bombas lançadas pelos americanos na Segunda Guerra Mundial em agosto de 1945 não eram de hidrogênio. Em Hiroshima foi empregada uma bomba de urânio. Em Nagasaki, de plutônio. Ambas foram lançadas por aviões. As bombas que a Coreia do Norte testou até 2009 tinham mais de 3 metros de comprimento e pesavam 4 toneladas. Não apenas era impossível colocá-las na ponta de um míssil como também era inviável embarcá-las em um avião.

Os americanos só conseguiram desenvolver uma bomba de hidrogênio mais tarde, quando detonaram uma em nas Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, em 1952. A União Soviética teve sua bomba de hidrogênio um ano após os americanos, em 1953. Ela era chamada de bolo de camadas, por causa da superposição de elementos leves e pesados em seu núcleo. Nenhuma bomba de hidrogênio até agora foi lançada contra alguma nação do mundo.

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Em janeiro de 2016, Kim Jong-un anunciou que havia testado uma bomba de hidrogênio, mas era blefe. O tremor provocado naquela vez foi de 5,1 pontos na escala Richter. 

Para que fosse verdadeiro, o experimento deveria ter gerado uma detonação dez vezes maior, gerando tremores de magnitude superior a 7 pontos na escala Richter. O teste realizado neste domingo, 3 de setembro, chegou perto disso: 6,3 graus na escala Richter. Sua força foi onze vezes maior que a do experimento feito em janeiro. 

O fracasso da Coreia do Norte no início de 2016 teve duas explicações: ou a bomba atômica era do tipo convencional, ou efetivamente se tentou usar uma bomba H mas o teste fracassou, alcançando apenas a primeira fase da explosão, a da fissão nuclear (na bomba de hidrogênio, ocorrem duas reações, a fissão e a fusão nuclear). Desta vez, contudo, Kim parece ter razões para festejar, e o mundo para lamentar.

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