Popularidade de Macron chega a nível mais baixo de seu governo
Líder francês é obrigado a fazer mudanças em seu gabinete de ministros após duas renúncias em uma semana
A popularidade do presidente da França, Emmanuel Macron, caiu nos últimos três meses ao nível mais baixo desde o início de seu mandato. Apenas 31% dos franceses se dizem satisfeitos com a atuação de seu líder.
O número é inferior à taxa de aprovação do antecessor de Macron, François Hollande, que na mesma época de governo era aprovado por 32% dos cidadãos.
Segundo o instituto de pesquisa Ifop-Fiducial, em levantamento publicado nesta terça-feira 4 pela revista Paris Match e pela emissora Sud Radio, a porcentagem de satisfeitos com Macron caiu dez pontos porcentuais neste verão.
Esse patamar é o menor desde maio de 2017, quando ele venceu o segundo turno das eleições presidenciais contra a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen.
Reformas ministeriais
No mesmo dia da divulgação da pesquisa, Macron anunciou mudanças em seus ministérios. Na última semana, dois de seus ministros renunciaram, aumentando a pressão sobre o governo francês.
O atual presidente da Assembleia Nacional, François de Rugy, 44 anos, será o novo ministro da Transição Ecológica, após a demissão na terça-feira passada (28) de Nicolas Hulot. Rugy era membro do partido ecologista EELV.
Uma das figuras políticas mais apreciadas pelos franceses e que possui histórico como militante ecologista, Hulot renunciou ao cargo depois de ver o seu desejo de avançar com a luta contra as mudanças climáticas frustrado pelo governo. Ele pediu demissão durante entrevista a uma rede de televisão.
Nesta terça-feira, outra demissão inesperada aocnteceu: a ministra dos Esportes, Laura Flessel, alegou motivos pessoais para deixar o governo. A saída da campeã olímpica de esgrima, de 46 anos, acontece um ano depois de Paris ter sido designada para receber os Jogos Olímpicos de 2024. A ex-nadadora Roxana Maracineanu foi anunciada como nova ministra.
Macron perdeu dois ministros procedentes da sociedade civil, símbolos da nova onda política representada pelo presidente de 40 anos, que chegou ao poder com um programa reformista e de modernização.
Também enfrenta um período agitado pelo escândalo que envolveu seu ex-chefe de segurança, Alexandre Benalla, filmado quando agredia dois manifestantes durante protestos no dia 1º de Maio.
A imagem do chefe de Estado também sofre com as incertezas sobre a implementação de uma reforma fiscal, que implica uma mudança no método de arrecadação do imposto de renda. Apesar de ser um tema técnico, os franceses sabem que afetará os seus bolsos.
A França é um dos poucos países europeus que ainda não utilizam o sistema de retenção de imposto de renda na fonte. Mas o governo de Macron está ansioso para mudar essa regra.
(Com EFE e AFP)