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Popularidade de Boris Johnson cai após escândalo com conselheiro

Vantagem do partido conservador sobre o trabalhista caiu nove pontos em uma semana. Premiê se nega a demitir Cummings, que violou regras de isolamento

Por AFP Atualizado em 27 Maio 2020, 14h14 - Publicado em 27 Maio 2020, 11h19
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  • O índice de popularidade do primeiro-ministro do Reino UnidoBoris Johnson, sofreu forte queda, na esteira do escândalo envolvendo seu principal conselheiro, Dominic Cummings, acusado de ter violado regras de isolamento social para o combate ao coronavírus.

    Cummings fez uma viagem de 425 quilômetros de carro, de Londres a Durham, nordeste da Inglaterra, no momento mais grave da crise do coronavírus, com a esposa e o filho de quatro anos. Sob forte pressão durante o fim de semana, o conselheiro explicou na segunda-feira que, temendo estar infectado pela Covid-19, os três seguiram para a casa de seus pais em Durham porque precisavam de pessoas para cuidar do filho. As viagens estavam proibidas naquele momento e os britânicos ainda não têm autorização para visitar suas famílias.

    Enquanto o premiê se nega a demitir o assessor e se prepara para enfrentar ataques da oposição na sessão semanal de perguntas na Câmara dos Comuns, uma pesquisa do instituto YouGov para o jornal The Times mostrou nesta quarta-feira, 27, que a vantagem dos conservadores sobre os trabalhistas caiu nove pontos em uma semana.

    A pesquisa mostra o apoio de 44% dos entrevistados ao partido de Johnson, quatro pontos a menos do que na semana passada, e de 38% ao Partido Trabalhista, cinco pontos a mais. Esta é a pior média de um primeiro-ministro conservador em dez anos. O último líder a ver uma queda tão rápida de sua vantagem foi David Cameron durante a campanha para as legislativas de 2010.

    Outra pesquisa, do tabloide Daily Mail, mostrou ainda que o índice de aprovação de Johnson caiu de 19% para menos de 1% em apenas alguns dias. A queda do apoio da opinião pública se soma a uma sensação crescente de rebelião interna a respeito da gestão do escândalo de Cummings: quase 40 deputados conservadores exigiram que ele deixe o cargo de “assessor especial” e um secretário de Estado pediu demissão na terça-feira como forma de protesto.

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    O Executivo defende há vários dias o braço direito do primeiro-ministro. Nesta quarta, o apoio veio do ministro de Governo Local, Robert Jenrick. “É o momento para que sigamos avançando”, declarou à rede BBC, insistindo que Cummings não infringiu, como é acusado, as regras de confinamento impostas pelo governo em 23 de março.

    Cummings não disse que se arrependeu nem pediu desculpas e afirmou que não considera pedir demissão. Ele recebeu apoio público do primeiro-ministro, que disse que Cummings “agiu de forma responsável, legal e íntegra”. “Acho que ele seguiu os instintos de todo pai e de todos os pais, e eu não o repreendo por isso”, disse Johnson. Além disso, o jornal britânico The Guardian revelou que Cummings é investigado pela polícia por violar o bloqueio nacional em outra ocasião, quando viajou mais de 48 quilômetros para visitar um ponto turístico, também em Durham.

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